Do que é feita a tinta de uma caneta esferográfica?

Você provavelmente não tem ideia de onde vem a tinta das suas canetas, muito menos se é um processo de fabricação simples ou complexo. Josh Velson, consultor de engenharia química para bio e petroquímica, tem a resposta. A tinta de canetas esferográficas pretas é feita a partir do negro de fumo (ou negro de carbono): […]

Você provavelmente não tem ideia de onde vem a tinta das suas canetas, muito menos se é um processo de fabricação simples ou complexo. Josh Velson, consultor de engenharia química para bio e petroquímica, tem a resposta.

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A tinta de canetas esferográficas pretas é feita a partir do negro de fumo (ou negro de carbono): trata-se da fuligem criada ao se queimar certas substâncias químicas. Normalmente, a fuligem é algo indesejável; mas aqui, há processos industriais feitos para criá-la e usá-la.

As partículas do negro de fumo servem como pigmento. É preciso separar essas partículas usando um polímero; e para fazê-las fluir pela caneta, aplica-se um solvente.

E para as cores além do preto? Em canetas vermelhas, utiliza-se a eosina. Nas canetas azuis, é comum usar pigmentos como trifenilmetano ou azul-ftalo (que possui cobre em sua composição).

Para fazer outras tintas, o processo é semelhante: por exemplo, ao criar tinta preta de impressora, também se usa o negro de fumo, polímero e solvente. Mas neste caso, as partículas são otimizadas para atravessarem os poros finos do cartucho, em vez de uma esfera na caneta esferográfica.

E de onde vêm os componentes da tinta?

  • negro de fumo: geralmente vem do carvão ou derivados de petróleo (como o acetileno);
  • polímeros: há diversos tipos, que ou vêm do petróleo, ou são derivados de óleo de pinho ou breu;
  • solventes: geralmente são petroquímicos (derivados do petróleo), e evaporam rapidamente da tinta.

Existem empresas especializadas que se dedicam inteiramente ao negro de fumo. Mais tarde eu descobri que, na indústria, há muitos tipos de negro de fumo, embora só alguns sejam adequados para tinta.

É preciso muito mais engenharia para criar os polímeros da tinta, pois eles geralmente determinam o fluxo, o tamanho das partículas, e (nas tintas coloridas) algumas das propriedades ópticas, tais como o brilho. Por sua vez, essas propriedades impactam a separação de cores e nitidez das tintas.

Tintas de impressão, por exemplo, variam de acordo com o tipo de aplicação. A tinta de jornal é diferente da usada em impressoras a jato de tinta, a laser, em canetas esferográficas, canetas de gel e canetas-tinteiro. O nanquim é totalmente distinto, composto de negro de fumo, água e goma-laca; hoje em dia, ele é usado principalmente para fazer quadrinhos.

O processo usado para fazer cada uma dessas tintas é bastante similar. A maioria das fábricas que formulam as tintas também as inserem em cartuchos, tubos e outros recipientes – eu acho que isto é muito mais mecânica e tecnicamente complexo do que fazer a tinta em si. O segredo das tintas, na verdade, está na pesquisa e desenvolvimento.

Este post foi republicado com a permissão de Josh Velson, consultor de engenharia química para bio e petroquímica. Ele apareceu originalmente no Quora.

Imagem: Shutterstock/Candace Hartley

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