Muitas empresas vêm apostando no vídeo ao vivo para aumentar o engajamento de seus usuários: é o caso do Facebook, Google/YouTube e Twitter. Essas ferramentas já foram usadas para divulgar momentos difíceis, e isso está indo além com o livestreaming de velórios.
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A revista The Economist aponta para uma tendência curiosa: um quinto dos 281 crematórios no Reino Unido têm webcams para transmissões ao vivo, e 61% das funerárias no país receberam solicitações de livestreaming recentemente. No Brasil, esse tipo de serviço também existe. Quais os motivos por trás disso?
No Brasil, o Grupo Vila explica em seu site que “o velório virtual é uma forma de diminuir a distância de familiares e amigos que por algum motivo estão longe e não podem acompanhar o velório no local”. O streaming ao vivo é oferecido para capelas em Natal, João Pessoa e Recife desde 2001, segundo a empresa. O acesso é restrito e requer senha.
Em 2010, a Funerária Gonzaga de Governador Valadares (MG) virou notícia por oferecer velório online – a ideia era aproximar parentes que deixaram a cidade em busca de trabalho nos EUA.
O site oferece chat para os usuários trocarem mensagens, e promete como diferencial alguns detalhes bem específicos para o livestream: “a lágrima que teima em cair, o abraço dos familiares e amigos, os dizeres das faixas das coroas, o cortejo e até o sepultamento”.
O serviço também é oferecido desde 2012 pelo Cemitério do Campo Santo, em Salvador; e por funerárias em Manaus, São José do Rio Preto (SP), Capivari (SP), entre outras. Todas elas fornecem acesso através de link restrito e/ou senha.
A prefeitura de São José dos Campos tem o serviço desde 2013, “permitindo àqueles que estão longe compartilhar do momento de despedida”. O velório virtual é liberado apenas com autorização da família; mas, estranhamente, o vídeo é oferecido sem senha para qualquer pessoa assistir. Também é possível enviar mensagens de condolências para a família através de um formulário.
Mesmo existindo há muitos anos, o serviço de livestreaming de velórios é compreensivelmente polêmico, pela aparente frieza em acompanhar à distância um momento tão triste e tão íntimo. No entanto, para quem não pode viajar até o local – seja pela distância ou pela idade – essa continua sendo uma alternativa para se despedir de entes queridos.
Imagem por funeralOne via The Atlantic