Troca de atores por réplicas IA inflamou greve de artistas nos EUA
O sindicato dos atores de Hollywood (SAG-AFTRA) iniciou uma greve após as negociações com estúdios, sobre melhores condições de trabalho e remunerações mais justas, terminarem sem nenhum acordo.
Um dos principais pontos de preocupação pela categoria diz respeito ao uso de inteligência artificial pela indústria. Assim como no mundo da tecnologia especialistas advogam por uma regulamentação no desenvolvimento e uso de plataformas de IA generativa, os atores demandam regras claras para reger sua utilização.
O principal temor é que os produtores utilizem a imagem de atores em tecnologias como o deepfake, por exemplo, sem consentimento e compensação financeira.
A AMPTP, associação que representa os estúdios de TV e Cinema, afirma que ofereceu uma proposta “inovadora” para a utilização de IA. No entanto, Duncan Crabtree-Ireland, diretor executivo do SAG-AFTRA, afirmou que a proposta incluía uso perpétuo da imagem dos artistas e sem necessidade da solicitação de concessões.
A declaração foi desmentida pela AMPTP, que disse que o plano apresentado prevê que a imagem dos atores seja utilizada por apenas uma companhia. Segundo o porta-voz Scott Rowe, caso outra empresa deseje utilizar a imagem, terá de negociar diretamente com o artista e pagar uma “remuneração mínima”.
A paralisação dos atores acontece simultaneamente com a greve dos roteiristas, que também pedem por uma regulamentação no uso de IA. Eles pedem que produções escritas por humanos não sejam modificadas por textos gerados por sistemas de inteligência artificial.
A paralisação das duas categorias é um acontecimento histórico e tem um forte impacto em toda a indústria audiovisual. Neste momento, várias produções, que já tinham o trabalho afetado pela ausência de profissionais em salas de roteiro e sets de filmagem, perderam também os artistas que dão vida aos personagens.