A partir desta quarta-feira (14), mil passageiros do Uber serão selecionados para andar em um carro autônomo na cidade americana de Pittsburgh. Vários veículos da mídia puderam testar o serviço, e ele parece bastante promissor.
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A experiência de andar em um Self-Driving Uber é praticamente igual à de ter um motorista humano ao volante: no geral, é tranquilo confiar no algoritmo. E quando houver algum problema, há uma pessoa ao volante para assumir o comando.
Se um Self-Driving Uber estiver disponível, vamos enviá-lo juntamente a um motorista de segurança na frente para garantir que tudo corra bem. Caso contrário, você receberá um uberX como de costume.
Haverá apenas quatro veículos disponíveis aos passageiros, embora o Uber tenha mais de uma dúzia. Trata-se do Ford Fusion modificado “com mais de 20 câmeras, sete lasers, um sistema giratório de detecção a laser de 360 graus e 1.400 outras peças”, segundo o New York Times.
E a experiência do NYT foi bem positiva: “na maior parte da corrida, eu raramente me senti inseguro. No modo de condução automática, ele virava e parava de forma fluida, e muitas vezes eu tinha de checar com o meu motorista para ver se era ele ou o computador que estava dirigindo o carro”.
O LA Times esperava que o algoritmo falhasse em algum momento: “frear com muita força, acelerar muito rapidamente, dirigir muito lentamente – nenhuma dessas coisas aconteceu… eu fiquei entediado e comecei a admirar a vista da janela.”
O Engadget diz algo semelhante: “eu nunca percebi o carro fazendo quaisquer manobras inseguras. Ele obedeceu ao limite de velocidade, deixou muito espaço entre ele e o carro à frente, fazia curvas de forma lenta e suave, e geralmente se comportava como um excelente cidadão na sociedade veicular.”
Os problemas, é claro, surgem quando o carro autônomo precisa lidar com humanos ao volante:
O carro teve um momento difícil num cruzamento de quatro vias – o carro autônomo obedece à lei; os humanos, não. Como a segurança é prioridade máxima, o carro freou na placa “pare” esperando os outros carros pararem completamente antes de entrar na interseção. No entanto, a maioria das pessoas não para completamente na placa; por isso, o carro ficou basicamente esperando enquanto vários veículos cruzavam em nossa frente, olhando com curiosidade para o kit estranho de sensores na parte superior.
Outros casos incluem um motorista de caminhão entrando na via de forma ilegal; um veículo ultrapassando o sinal vermelho; e um carro parecendo invadir a pista do Self-Driving Uber. É nesses momentos em que o motorista assume o comando.
Os Ubers autônomos têm alguns botões extras de segurança para o motorista e para o passageiro. Como explica o NYT:
Se o motorista se sentisse inseguro, ele poderia a qualquer momento pressionar um grande botão vermelho no console central… para desativar o modo autônomo. Para ativar o recurso de volta, ele só precisa pressionar um botão de aço elegante… no console.
Se eu me sentisse inseguro como passageiro, eu também poderia pedir que o motorista assumisse controle do veículo, ou pressionar um botão em uma tela no banco de trás que interromperia a viagem.
https://twitter.com/ajs/status/776066618615074816
O teste está sendo feito em Pittsburgh por alguns motivos. É lá onde fica o Centro de Tecnologias Avançadas (ATC), criado pelo Uber há um ano e meio. A cidade é antiga e tem vários desafios que um sistema autônomo precisa enfrentar – “ruas pequenas, muitas vias de sentido único, muito congestionamento”, segundo o Engadget – além de passar por sol, chuva e neve.
Por enquanto, o Uber mapeou menos de metade dos bairros de Pittsburgh; em outros lugares, o motorista sempre assume o controle. E resta ver como o carro vai lidar com tempo ruim: é um desafio que o Google também enfrenta, e eles trabalham em veículos autônomos há muito mais tempo (cerca de sete anos).
O Uber planeja expandir o teste de carros autônomos: até o final do ano, serão cem unidades adaptadas do Volvo XC90 para Pittsburgh; e veículos similares foram vistos dirigindo em San Francisco.