A câmara municipal de Seattle votou por unanimidade uma lei que permite a motoristas do Uber, Lyft e outros serviços de carona formem um sindicato. Seattle é a primeira cidade dos Estados Unidos a permitir que os motoristas façam isso.
Isso significa que motoristas poderão negociar seus salários e condições de trabalhos de forma coletiva. Isso não quer dizer, no entanto, que eles serão considerados “empregados” — a lei se refere aos trabalhadores como “autônomos”.
A lei nacional de relação de trabalho não protege autônomos da mesma forma que funcionários empregados de uma empresa. No entanto, a lei oferece uma alternativa ao permitir que uma entidade sem fins lucrativos represente o interesse dos motoristas.
“Está claro que a natureza do trabalho mudou em parte em função da tecnologia e por causa de corporações que não gostam de direitos trabalhistas”, disse Mike O’Brien, um dos vereadores autores da lei, ao New York Times. “Como isso vai ficar? Eu acredito que deveria termos algumas soluções”, justificou ao sugerir a lei aprovada.
Um porta-voz do Lyft disse ao Gizmodo por e-mail que a empresa não apoia a decisão:
O Lyft proporciona aos consumidores um transporte acessível e conveniente, e aos motoristas, a habilidade de ganhar dinheiro durante o tempo livre. Os motoristas do Lyft estão totalmente no controle de onde e quando eles trabalham, e esta flexibilidade é exatamente a razão por que o serviço é tão popular entre pessoas que querem complementar a renda. Infelizmente, o regulamento aprovado ameaça a privacidade dos motoristas, impõe substanciais custos aos passageiros e a cidade, e conflita com uma lei federal antiga. Pedimos ao prefeito e aos políticos que reconsiderem a legislação e ouçam as vozes das partes envolvidas que escolheram o Lyft justamente pela oportunidade econômica flexível que oferece.
Um porta-voz do Uber enviou o comentário abaixo em um e-mail que pedimos um posicionamento da empresa sobre a possibilidade de sindicalização dos motoristas.
O Uber está criando novas oportunidades para muitas pessoas terem uma vida melhor trabalhando o tempo que querem e quando puderem. Motoristas dizem que com independência e flexibilidade, 50% deles dirigem menos de 10 horas por semana; 70% dizem ter um trabalho de período integral fora do Uber, e 65% dos motoristas escolhem variar as horas que eles dirigem em 25% a cada semana.
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