Planejando sua oferta pública inicial (IPO), a gigante do compartilhamento de corridas Uber está visando uma valorização de US$ 91,5 bilhões, o maior IPO dos mercados americanos desde o Alibaba em 2014.
No entanto, há uma pequena observação aqui, mas provavelmente não é nada, e você pode ignorá-la. A empresa continua sendo altamente deficitária: em um relatório financeiro apresentado nesta sexta-feira (26), a Uber disse que teve uma perda líquida de cerca de US$ 1 bilhão no último trimestre.
Para os investidores, é um ponto de interrogação fascinante e empolgante do mercado de ações sobre como eles podem caminhar sobre essa corda bamba de boom tecnológico e maximizar seus ganhos. Alto crescimento, altamente não lucrativo, altamente sem precedentes: a Uber tem um nível só seu mesmo.
Para os condutores, isso é um alerta vermelho. Um número cada vez maior de motoristas da Uber está se organizando e reclamando da queda nos salários. Os motoristas são, de longe, a maior despesa da Uber, e conforme a empresa mantém um olho em seus resultados financeiros — talvez até mesmo, um dia, buscando rentabilidade —, é fácil imaginar onde eles vão procurar por esse dinheiro.
Uma série de motoristas nos Estados Unidos está planejando uma greve em 8 de maio para protestar contra os baixos salários, a falta de benefícios e a falta de transparência da Uber.
Mas não vamos nos fixar tanto no lado negativo, vamos falar dos pontos positivos.
Mas quem são os grandes vencedores do IPO da Uber? A família real no poder na Arábia Saudita — um grupo animado de ditadores que já teve uma semana histórica ao executar 37 pessoas, incluindo adolescentes, sob acusações que incluem protestar contra o governo em uma ação que a Anistia Internacional caracteriza como uma demonstração de um “desprezo insensível pela vida humana” — pode levar para casa bilhões de dólares e continuará sendo um dos maiores subscritores da Uber.
Caramba, boa sorte para os investidores!