UFRJ revela esquema de compra de falsos anúncios em redes sociais para golpes

Pesquisa afirma que, entre janeiro e abril, pelo menos 88 anúncios do tipo apareceram nas redes sociais da Meta. Entenda
Segundo estudo, brasileiros são top 3 no uso de redes sociais

Uma pesquisa da UFRJ revelou como funciona um esquema de falsos anúncios com conteúdos que facilitavam golpes financeiros nas redes sociais.

A pesquisa, publicada no último domingo (23), afirma que, entre janeiro e abril, os pesquisadores da UFRJ identificaram 88 anúncios “sensíveis” na biblioteca das redes sociais da Meta.

Os pesquisadores utilizaram a base de dados que o Facebook disponibiliza, identificando dez perfis que compraram anúncios para impulsionar o mesmo vídeo nas redes sociais da empresa.

De acordo com a pesquisa, os anúncios simulam uma suposta notícia do Jornal Nacional que teria sido compartilhada pela página Choquei. No vídeo do anúncio, a voz do jornalista William Bonner sofre uma manipulação, violando dos direitos do apresentador e da TV Globo.

Na edição falsa que a pesquisa cita, Bonner informa que todo brasileiro que já usou o pix “tem direito a fazer um saque de um valor que o governo tenta esconder.”

Outra informação fora de contexto no vídeo é o trecho de uma pessoa anônima que afirma que conseguiu sacar um alto valor no banco após a falsa informação do vídeo do anúncio.

Além disso, o vídeo possui imagens de pessoas sacando dinheiro e exibindo notas de cem reais. Desse modo, anúncio pretende fazer com que as pessoas interajam com certos sites, que se passam como fontes de informações sobre o passo a passo de como receber esse dinheiro.

Anúncios falsos facilitam os golpes

Os anúncios falsos são acompanhados de links para sites desconhecidos que lucram com os cliques e, em alguns casos, são ferramentas para golpes financeiros.

O conteúdo foi impulsionado em todas as plataformas da rede Meta Ads, ou seja, Facebook, Instagram, Messenger e Audience Network.

De acordo com a pesquisa da UFRJ, os sites dos links nos anúncios falsos foram registrados entre agosto de 2022 e março de 2023. De oito sites, cinco continham conteúdos que “induziam diretamente a golpes financeiros”.

O vídeo do Jornal Nacional direciona as vítimas para oito sites que roubam os dados dos usuários e fazem o golpe de pagamentos via PIX.

Em nota ao Fantástico, a Meta afirmou que não permite atividades fraudulentas e é necessário “um debate amplo para garantir uma lei que melhore, e não piore a internet.”

A nota do Meta faz referência ao projeto de lei que visa regulamentar as redes sociais, previsto para votação no congresso nesta semana.

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