1.517 de 2.223 pessoas a bordo morreram na viagem inaugural do Titanic, navio que naufragou após atingir um iceberg entre a noite de 14 de abril e a madrugada de 15 de abril de 1912, a cerca de 563 quilômetros da costa de Terranova, no Canadá. Uma delas foi Millvina Dean, a sobrevivente mais jovem do Titanic, com dois meses na época, e a última a continuar viva, até 2009.
O navio, que, supostamente era “inafundável”, saiu de Southampton, Inglaterra, no dia 10 de abril, rumo a Nova York, nos Estados Unidos. Por volta das 23h40, colidiu com um iceberg de cerca de 125 metros, afundando em três horas.
A história da família Dean
Elizabeth Gladys Millvina Dean, nascida em 2 de fevereiro de 1912, no condado de Devon, na Inglaterra, não deveria estar a bordo do cruzeiro. Entretanto, com sua família passando por uma crise financeira, seus pais, Bertram Frank e Georgette Eva, planejavam abrir um comércio de tabaco em Wichita, Kansas, nos EUA, para onde iriam em outra embarcação.
Com a greve dos trabalhadores de carvão da White Star Line, proprietária do Titanic, o casal se ofereceu para repor funcionários no navio. Então, Millvina, seu irmão de dois anos (Bertram Vere Dean), e seus pais foram transferidos para a terceira classe do navio.
Na noite do acidente, o pai de Millvina sentiu a colisão e foi à cabine avisar a família. Ele não sobreviveu, mas Millvina, Bertram e a mãe foram salvos pelos botes salva-vidas. Horas depois, eles receberam resgate do navio-irmão RMS Carpathia. Os Dean então retornaram à Inglaterra no RMS Adriatic, atraindo atenção de vários passageiros curiosos.
A velhice de Millvina
Última sobrevivente viva do desastre, Millvina morreu de pneumonia em 31 maio de 2009, aos 97 anos, em um asilo em Ashurst, Hampshire. Curiosamente, a data marca o aniversário de 98 anos do lançamento do navio, em 1911.
Com dificuldades para pagar por sua acomodação no lar de idosos, uma arrecadação de fundos criada para Millvina recebeu doações das estrelas de cinema Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, do diretor James Cameron e da cantora Celine Dion, de “My Heart Will Go On”, trilha sonora de “Titanic” (1997).
No ano de estreia do longa, ela recebeu da equipe US$ 30 mil para arcar com gastos de uma cirurgia no quadril. “Titanic” foi o primeiro filme a arrecadar um bilhão de dólares e é, atualmente, a terceira maior bilheteria de todos os tempos.
Ela nunca assistiu ao filme de James Cameron
Antes de sua morte, Millvina revelou à imprensa nunca ter visto “Titanic”. A decisão foi tomada para preservar seu emocional do acidente que traumatizou sua mãe. “Foi o navio no qual o meu pai afundou. Por mais que eu não me lembre dele, não lembro de nada relacionado a ele, eu ficaria emocionada. Eu pensaria: ‘Como ele morreu? Ele afundou com o navio ou pulou antes?”, explicou Dean.
A sobrevivente também declarou que só descobriu sobre a tragédia que matou seu pai aos 8 anos de idade. Ela conta que teve pesadelos após assistir ao documentário dramático “A Night To Remember” (1958), sobre a última noite do cruzeiro.
Assista à entrevista que Millvina Dean deu ao Fantástico, programa da TV Globo.
Com informações de Guinness World Records e Aventuras na História.