Usar o celular para ligações está virando coisa do passado (nos EUA, pelo menos)

A culpa pode ser do Twitter, dos torpedos ou da dificuldade em fazer uma ligação em celulares com touchscreen, mas os EUA estão se afastando das chamadas de voz, com a duração das ligações despencando de um ano para outro.

De acordo com a CTIA, entre 2008 e 2009 a duração de chamadas de voz nos EUA caiu em 20%, de 2,27 minutos para 1,81 minutos em 2009, e quase 50% mais mensagens de texto foram enviadas em 2009, comparado ao ano anterior. O New York Times tentou entender por que isso está acontecendo. Várias pessoas dizem que seus iPhones dão tantas alternativas às chamadas de voz que os minutos dos planos pós-pagos vão acumulando todo mês. Ou quem sabe todo mundo esteja na AT&T, operadora conhecida pela baixa qualidade do serviço de voz e que vende o iPhone com exclusividade, e eles simplesmente desistiram de ouvir a voz de alguém pelo telefone.

Ross Rubin, analista do NPD Group, falou ao NYTimes o que eu venho pensando há tempos: o design dos aparelhos celulares está menos adequado a encostar no rosto, e os diversos aparelhos touchscreen no mercado simplesmente não são confortáveis de usar como um celular sem touch. Quem é mulher sabe do que eu estou falando – a maquiagem mancha o LCD todo – e muitas vezes a tela não trava adequadamente, e seu rosto acaba discando por acidente no teclado virtual.

É uma notícia preocupante para as operadoras nos EUA, que ganham bastante dinheiro de planos de voz caros (que nem no Brasil), mas dá pra ver que elas estão tentando fornecer alternativas para quem não faz ligações. A Virgin Mobile lançou um plano com dados e torpedos ilimitados por mês, mas apenas 300 minutos de ligações. A Sprint, em parceria com o Walmart, está fingindo que um minuto de ligação dura 119 segundos. Até mesmo o surgimento de mais celulares com câmeras frontais para videochat podem ser uma forma de atrair o interesse das pessoas em fazer ligações de novo.

No Brasil a realidade é diferente: as pessoas enviam poucos torpedos, comparado com a América Latina, apesar de serem baratos; os planos de dados para smartphone custam uma fortuna (apesar de melhorarem aos poucos), então as alternativas a ligações – como e-mail e redes sociais no celular – não estão disponíveis para muitos. Só que, assim como nos EUA, muitos nem usam o celular para ligar: por isso as operadoras tentam nos estimular a fazer ligações, através de promoções de bônus em minutos. (Claro, o motivo é diferente: o Brasil tem as tarifas de celular mais caras do mundo.)

Então, pessoal, digam pra gente: vocês usam muito o celular para ligar? Para falar com alguém que não usa e-mail ou Twitter, por exemplo? Para ligar para alguém quando você está com pressa, e não tem tempo de digitar uma mensagem de texto? Ou para ligar para a operadora ou fazer outras coisas às vezes impossíveis pela internet? Contem-nos aí embaixo, nos comentários. [New York Times; foto por Emersunn]

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