Há muito para se amar sobre o USB. Os plugues são pequenos e convenientes. O cabo pode transportar tanto energia como dados. Além disso, ele é universal – está no nome. É por isso que o USB é considerado por alguns como o futuro da eletricidade.
A Economist analisa o futuro do USB, e sugere que ele poderia – em alguns casos – até substituir tomadas de energia convencionais. Em Londres, uma empresa de tecnologia usa um USB “tunado” para fornecer energia a laptops, monitores, impressoras e até à iluminação (com luzes LED) do escritório.
O USB já está presente em uma série de pequenos aparelhos, de aquecedores a liquidificadores, mas ele será capaz de fornecer energia a dispositivos muito maiores a partir do próximo ano, quando for introduzido um novo padrão – o USB Power Delivery.
Dispositivos compatíveis com o USB-PD chegarão ao mercado no ano que vem, mas só estarão disseminados em 2015. O USB-PD aumenta o nível de energia para 100 watts e permite que a eletricidade flua em ambos os sentidos. Ele também é adaptado para otimizar o uso de energia, dando a cada dispositivo exatamente a quantidade de eletricidade que ele necessita.
Estranhamente, o potencial do USB vem de um sistema que está fora de moda desde o fim do século XIX. Ele usa corrente contínua (CC), o padrão defendido por Thomas Edison que acabou perdendo para a corrente alternada de Nikola Tesla (CA) – este se tornou o padrão global de eletricidade. No entanto, a CC de baixa tensão é barata, eficiente e não requer um adaptador. E por vários motivos, o USB é um meio ideal para tanto.
A corrente alternada, que usamos atualmente, é melhor para levar energia ao longo de distâncias maiores, e para levar mais energia. Você não verá um micro-ondas USB porque ele requer cerca de 1.000 W, muito além do que o USB PD vai oferecer. A ideia aqui é que a CC pode ser uma alternativa para dispositivos que requerem menos energia.
É possível criar uma rede com dispositivos USB, incluindo aqueles que produzem e armazenam energia elétrica. Da Economist:
Uma rede CC de baixa tensão funciona bem com painéis solares. Eles produzem energia CC em tempos variáveis e em quantidades variáveis. Eles estão cada vez mais baratos, e podem caber em janelas ou em telhados. Embora a energia solar seja complicada para alimentar uma rede CA, ela é ideal para uma rede CC local de baixa tensão.
Também é possível imaginar essas redes conectadas a outras, criando um smart grid que não precisa estar sempre ativo (como as redes CA atuais). Da Economist:
Isso funciona ainda melhor se a rede tiver uma bateria central, relativamente grande, ligada à rede elétrica comum. Ela pode carregar à noite, quando a energia é barata [e depois distribuí-la via CC]. Mas o verdadeiro prêmio vem quando vários edifícios combinam tais redes CC em um “smart grid”…
Quanto a tomadas USB servindo de alternativa às tradicionais, já estamos a caminho. Você já pode instalar portas USB em sua casa; no futuro, quando o Power Delivery for mais comum, elas já poderiam vir instaladas em novas casas.
Mas inserir o plugue na entrada pode ser um problema: é muito fácil tentar colocá-lo do lado errado. Ajay Bhatt, o homem que criou o USB, diz que está trabalhando para você poder usá-lo de ambos os lados, assim como o conector Lightning. E há 20 anos, achavam que o USB nunca iria vingar… [The Economist]
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