Como é usar os alto-falantes inteligentes Echo da Amazon na prática

Em vez de tentar explorar a fundo o que os produtos oferecem, instalamos os alto-falantes da Amazon em nossas casas para ver o que eles agregam no dia a dia.
Amazon Echo Dot (3ª geração). Crédito: Lazar Gugleta/Unsplash
Amazon Echo Dot (3ª geração). Crédito: Lazar Gugleta/Unsplash

Faz relativamente pouco tempo que os alto-falantes inteligentes chegaram ao Brasil. Os primeiros modelos com suporte a Google Assistente deram as caras por aqui em 2019, sendo seguidos pela linha Echo da Amazon e por um Nest Mini do Google. Os produtos encontraram um mercado a ser desbravado — afinal de contas, não é todo mundo que tem lâmpadas inteligentes, câmeras de segurança, fechaduras conectadas ou outros desses itens que ainda parecem futurísticos demais para serem de verdade.

Além disso, há muitas dúvidas sobre a real utilidade dos produtos — você já deve ter se perguntado se precisa mesmo de um assistente inteligente além do que já tem no smartphone. Como se não bastasse, os alto-falantes inteligentes deixam quem está preocupado com a privacidade de cabelo em pé.

Por isso, nós do Gizmodo Brasil fizemos um teste meio diferente com os Amazon Echo: em vez de tentar explorar a fundo o que os produtos oferecem, instalamos os aparelhos em nossas casas e tentamos ver o que eles agregam no dia a dia. Serve de despertador? É bom para tocar música? Os modelos que têm tela oferecem algum diferencial? Abaixo, você lê nossos depoimentos depois de usar os dispositivos.

Guilherme Tagiaroli

  • Echo Dot (3ª geração)

O primeiro dispositivo Echo que eu mexi foi um Echo Dot e, confesso, que usava muito pouco, seja por não ter itens de casa inteligente ou por frustração.

Lembro-me que na estreia, o saudoso jogo Show do Milhão estava disponível na Alexa e, às vezes, o jogo travava — eu falava a alternativa que estava correta, mas, ele não ia adiante; ou eu pedia para sair do jogo, e nada. Em outras ocasiões, a Alexa não entendia o nome do cantor que eu queria ouvir. Confesso que essas frustrações, fizeram eu deixar o aparelho de lado — após alguns meses voltei e a qualidade tinha melhorado muito.

Amazon Echo Dot (3ª geração)Quando Alexa é acionada, luz do Echo Dot indica de onde vem a voz de quem acionou o comando. Crédito: Alessandro Feitosa Jr./Gizmodo Brasil

Com a melhoria nos comandos de voz, passei a ouvir com frequência minhas playlists do Spotify enquanto trabalhava. Apesar de ser pequena, a caixinha é bem potente. O alto-falante de 1,6″ executa um ótimo trabalho ao irradiar música do Echo Dot, ainda mais em ambientes pequenos.

Vale ressaltar que o alto-falante inteligente oferece suporte ao Spotify. Então, você não precisa necessariamente executar um comando de voz para tocar algo na caixinha. No próprio app (tanto o móvel como o para computador), há uma opção para que a música, por exemplo, saia diretamente no Echo Dot em vez do alto-falante do seu computador ou celular. Existe ainda a possibilidade de simplesmente conectar um cabo P2 (saída de áudio de 3,5 mm) na traseira do Echo Dot e ouvir música do tocador que você quiser.

Fora música, utilizei bastante para fazer perguntas sobre previsão do tempo (“vai chover hoje?”, “como vai estar o tempo no fim de semana?”), para lembretes (“me lembre que tenho reunião às 11h”) ou perguntas sobre fuso horário (“que horas são agora em Londres?”). Lógico, eu poderia dar um Google, mas na maioria das vezes essas ações eram feitas enquanto realizava algo no computador. Então, um comando de voz simples resolvia.

Uma peculiaridade do Echo Dot é que ele funciona conectado à internet, mas para despertador a Alexa funciona tranquilamente sem conexão. Explico: o roteador de internet fica no meu quarto e sempre o desligo para dormir. Então, um dia pedi para a assistente da Amazon me acordar e desliguei o carnaval de luzes que me conecta à rede. No dia seguinte, o Echo Dot estava lá tocando para me acordar.

Ainda que não tenha usado a funcionalidade, alguns amigos donos de Echo Dot me disseram que usavam o aparelho para tocar sons relaxantes à noite para ajudar a dormir. Fica aí a dica para quem fica rolando na cama por muito tempo antes de adormecer.

Echo Dot (3ª geração)
Echo Show 5 - Smart Speaker com tela de 5,5" e Alexa - Cor Preta
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  • Echo Show 5

Amazon Echo Show 5
Crédito: Alessandro Feitosa Jr./Gizmodo Brasil

O início do uso do Echo Show 5 em casa coincidiu com a instalação de uma lâmpada inteligente Positivo que coloquei no meu quarto. Então, passei um bom tempo pedindo para a Alexa desligar/ligar a luz ou reduzindo o brilho.

Por ter uma câmera, ele possibilita fazer chamadas de voz e vídeo entre usuários Echo — como não conheço muita gente com o aparelhos Echo, confesso que fiz só uma, com o Giovanni, e foi tranquilo: a câmera HD de 1 MP tem boa qualidade e a captação do som estava ótima. Para quem tem um sistema de câmera em casa também pode usar o Echo Show 5 para verificar quem está na porta e autorizar a entrada.

Eu diria que a tela touchscreen de 5,5 polegadas tem um papel importante neste dispositivo, pois ajuda no didatismo para utilizá-lo. Além de mostrar a hora, fornece dados detalhados de previsão do tempo e fica exibindo sugestões de comandos. Em casa, até minha mãe, que não é muito tecnológica, se sentiu motivada a usar a assistente e testar novos comandos.

Amazon Echo Show 5Crédito: Alessandro Feitosa Jr./Gizmodo Brasil

Tive problemas com apps que travavam, no caso usando a skill da Galinha Pintadinha, o grande sossega-leão para crianças do século 21. Após ouvir uma seleção de músicas, o app pergunta o que você quer a seguir; eu só queria sair do app, mas aparecia repetidamente uma mensagem de erro. Tive que desligar e ligar para voltar ao normal.

Traseira do Amazon Echo Show 5Não custa lembrar que o Echo Show 5 tem uma entrada p2 e só funciona se estiver conectado a uma tomada. Crédito: Alessandro Feitosa Jr./Gizmodo Brasil

O som do Echo Show 5 é bem alto, proporcionado pelo alto-falante de 4W, mas não tem tanta textura: os graves e médios eram bem monótonos.

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  • Echo Studio

Amazon Echo StudioCrédito: Amazon

O destaque do Echo Studio fica por conta da qualidade do som. Após anos ouvindo música majoritariamente em fones de ouvido, me surpreendi ao usar um sistema potente com grande riqueza de detalhes. Com ele é possível usar o recurso “todo o lugar” que, como o nome sugere, possibilita ouvir o mesmo som unificado em diferentes aparelhos Echo espalhados pela casa.

Para você ter uma noção do que está escondido por trás da “caixa”, eis o detalhamento:

  • três alto-falantes mid-range de 2” (51 mm)
  • um tweeter de 1” (25 mm)
  • um woofer de 5,25” (133 mm) com abertura de graves para maximizar a saída de graves

Fora a questão de ouvir música com boa definição, talvez o que eu tenha mais usado no Echo Studio foi a definição de lembretes e alarmes. “Alexa, me lembrar que tenho reunião às 15h” ou “Alexa, me lembrar de tirar as roupas do varal às 16h”.

Se você tem uma sala grande, talvez seja a melhor opção dentre os dispositivos.

Echo Studio
Echo Show 8 (1ª Geração): Smart Speaker com tela de 8" e Alexa - Cor Preta
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Alessandro Feitosa Jr.

  • Echo Dot com relógio (3ª geração)

Amazon Echo Dot com relógio na cor branca mostrando o horário 8h30Crédito: Amazon

Particularmente ainda não sou um grande fã dos alto-falantes inteligentes, principalmente pela paranoia. Saber que um dispositivo na sua casa está pronto para ouvir comandos de voz é esquisito, ainda que nossos smartphones sejam ferramentas ainda mais bisbilhoteiras. Talvez isso mude um dia, porque a gente vai se acostumando com a presença dessas tecnologias. Além disso, aparelhinhos como o Echo Dot ainda não fazem tanto sentido para mim porque não tenho uma casa conectada.

Para quem gosta de ideia dos comandos por voz, é interessante investir em luzes conectadas, Smart TVs, tomadas com Wi-Fi e todo essa aparelhagem de internet das coisas. Aos poucos soluções têm chegado ao Brasil e com o tempo devem ficar um pouco mais baratos.

Sempre rola um fator novidade quando você instala uma Alexa em sua casa e rende umas risadas mostrando funcionalidades esquisitas, como o modo de sussurrar ou as piadas horríveis que a assistente conta. Eu usei a versão com relógio do Echo Dot, que é uma adição muito bem-vinda – não é o tipo de dispositivo que você irá usar com tanta frequência, então o display com a hora faz parecer que o negócio tem mais serventia, além de ser bonitinho.

Detalhes do Amazon Echo Dot com relógioCrédito: Amazon

Passado esse período de brincar com opções engraçadinhas, a Alexa foi bastante útil para definir alarmes, ouvir podcasts de notícias e receber uma curiosidade pela manhã – é só dar bom dia para a assistente que ela traz uma informação inusitada, como te lembrar do Dia do Ovni e que há 35 anos estreava De Volta para o Futuro.

Outra funcionalidade que foi bastante usada por aqui foram os avisos. Pelo app da Alexa é possível escrever uma mensagem que é reproduzida no Echo Dot – útil para avisar que o almoço está servido, por exemplo.

Apesar de compacto, o Echo Dot manda bem no som, não só pelo volume da música mas pela qualidade do áudio em si. A maior parte do tempo passei ouvindo música pelo dispositivo. O aparelhinho também serve para se divertir com alguns jogos, como o Akinator e o Desafio 3% – é bacana para passar o tempo com a família.

Giovanni Santa Rosa

  • Echo Show 8

Amazon Echo Show 8Crédito: Amazon

Confesso que nunca entendi direito qual a utilidade de um alto-falante inteligente — eu mal uso o “Ok Google” no meu celular, então um aparelho só com esse recurso me parecia completamente desnecessário.

Depois de uns meses após ter colocado um Echo Show 8 no meu quarto, eu encontrei algumas utilidades, ao menos.

Como é um aparelho com tela, ele pode exibir algumas informações sem precisar ficar falando. O meu fica alternando entre relógio, previsão do tempo e compromissos da agenda. É bem útil dar uma olhada e saber se vai esfriar ou esquentar sem precisar ficar procurando na internet ou perguntando.

De dia, eu configurei para mostrar imagens de diversos locais do mundo, o que é bem bonito. À noite, a tela pode ficar toda escura e mostrar só um relógio. Particularmente, eu não gosto pois isso já é suficiente para ficar claridade no quarto, e eu prefiro dormir com o mínimo de luz possível, então configurei o Echo para desligar a tela quando inativo.

Amazon Echo Show 8 em uma cozinhaCrédito: Amazon

O display também notifica quando uma compra da Amazon foi entregue, o que me pareceu desnecessário, já que eu moro em casa e quase sempre sou eu que atendo os entregadores. Talvez seja mais útil para quem more em apartamento para saber se tem alguma coisa esperando na portaria. Acho que esse recurso faz mais sentido nos EUA, onde os entregadores da Amazon deixam as caixas na porta das casas.

Também dá para colocar lembretes de um jeito bem simples: só dizer “Alexa, me lembre de tal coisa à tal hora” ou “daqui a tanto tempo” que o aparelhinho anota e lembra. Eu uso pouco esse recurso: eu prefiro anotar lembretes no Todoist, que já concentra minhas tarefas, e a Alexa ainda não tem uma skill para ele — deve ter uma gambiarra no IFTTT, mas eu ainda não peguei um tempo para explorar essa conexão.

Colocar música para tocar é outra utilidade que esbarra nos serviços que já uso. Eu assino o Tidal, e não os streamings a que a Alexa oferece suporte atualmente no Brasil — Spotify, Deezer, Apple Music e Napster.

Como eu assino o Amazon Prime, eu tenho acesso ao Amazon Music com acervo limitado, então consigo ouvir uma ou outra coisa — quando eu pedi para tocar o Blonde do Frank Ocean, por exemplo, a Alexa começou a tocar outro disco porque ele não está incluído na biblioteca do plano.

Chamada de vídeo feita pelo Amazon Echo Show 8 Crédito: Amazon

Aliás, ao contrário do que acontece com o Google Assistente, a Alexa reconhece muito bem quando você pede para tocar alguma coisa em inglês. Acho que a Amazon fez um bom trabalho para melhorar o reconhecimento do inglês com sotaque brasileiro e me fez adiar umas aulinhas de conversação.

Uma forma de contornar isso é que o Echo Show 8 também aceita conexões Bluetooth. Não é a mesma coisa que um suporte nativo, mas você consegue colocar músicas como se fosse em uma caixinha, e o som é muito bom.

Por falar em música, aliás, é bom saber que o Echo Show 8 vem com Firefox e o navegador Silk embarcados, então dá para abrir o YouTube por lá e deixar um vídeo rolando. Isso é bem legal com as lives que vários artistas e bandas vêm fazendo. Eu tentei abrir também o Netflix e o ESPN Watch, mas ambos pedem para você baixar o aplicativo para Android por estar usando um navegador móvel, e não há como forçar o modo desktop.

Por outro lado, você consegue usar o Prime Video com muita facilidade: é literalmente só pedir para Alexa o que você quer ver e o filme ou a série começa a tocar! Eu não usei muito porque acho besteira usar uma telinha de 8 polegadas para isso sendo que eu posso usar meu notebook, mas é bom saber que você tem essa opção.

As maiores utilidades que encontrei para o Echo Show 8 foram mesmo despertador e controle de casa inteligente. Para despertador, os comandos de voz funcionam com muita facilidade, e tem até um recurso de ligar a tela uns minutos antes do horário para simular um nascer do sol como forma de ir ajudando você a acordar.

Eu ganhei uma lâmpada inteligente no ano passado, mas ela perdeu a graça logo: não é nem um pouco legal ter que ficar desbloqueando celular e mandando um comando de voz para desligar e ligar a luz sendo que eu posso fazer isso com muito mais facilidade usando o bom e velho interruptor.

Mesmo com o Echo no meu quarto eu continuo desligando e ligando a luz no botão em grande parte do tempo, mas a Alexa me deu algumas possibilidades interessantes com as rotinas.

Eu programei a lâmpada para ligar quando eu dispenso o alarme do Echo — assim, fica mais fácil sair da cama e não perder a hora para começar a trabalhar. Eu cheguei a incrementar essa rotina com mais recursos, como ouvir notícias ao dispensar o alarme — ele toca um resumão da CBN — mas comecei a ficar irritado e desativei antes que acabasse jogando o aparelho pela janela.

Também uso o comando de voz para desligar a luz quando me deito — facilita bastante se você quer ler alguma coisa na cama e não precisar levantar para apagar a luz. Infelizmente, às vezes a conexão falha e você tem que desligar e ligar a lâmpada para ela voltar a funcionar. (Reiniciar lâmpada, que conceito!) E também programei a lâmpada para diminuir a luminosidade depois de certo horário, como forma de me ajudar a parar de trabalhar, pois tenho problemas de dividir tempo de trabalho e tempo livre no home office.

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O Giz Brasil pode ganhar comissão sobre as vendas. Os preços são obtidos automaticamente por meio de uma API e podem estar defasados em relação à Amazon.

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