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Uso prolongado de ibuprofeno e codeína afeta os rins e pode levar à morte

Um comitê da Agência Europeia de Medicamentos avaliou casos de toxicidades envolvendo o abuso das substâncias combinadas; confira

Ibuprofeno e codeína podem causar problemas nos rins

Imagem: Christine Sandu/Unsplash/Reprodução

O ibuprofeno é um fármaco anti-inflamatório comumente recomendado para o alívio de febre e dores musculares. Já a codeína pertence ao grupo dos opioides, atuando como um analgésico potente. 

Não é raro que os médicos indiquem o uso de remédios contendo as duas substâncias para um mesmo tratamento. Porém, a combinação pode não ser tão inofensiva quanto se pensava anteriormente. 

O Comitê de Avaliação de Risco de Farmacovigilância da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) emitiu na última sexta-feira (30) um alerta sobre o uso associado do ibuprofeno a codeína. Segundo as autoridades, o uso prolongado dos fármacos pode gerar problemas renais e até levar pacientes a óbito.

O comitê chegou a tal conclusão após revisar vários casos de toxicidades renais, gastrointestinais e metabólicas. Os episódios também estavam associados a casos de abuso e dependência da codeína. Medicamentos contendo a codeína ou ibuprofeno podem ser obtidos em países da União Europeia sem receita médica. 

De acordo com os especialistas, os medicamentos utilizados acima das doses recomendadas por um período prolongado podem causar danos aos rins, impedindo-os de remover adequadamente os ácidos do sangue para a urina. O problema recebe o nome de acidose tubular renal.

Como consequência, o mau funcionamento dos rins pode levar a hipocalemia, em que os níveis de potássio no sangue ficam muito baixos, gerando sintomas como fraqueza muscular e tontura. 

A agência europeia indica que ambos os efeitos colaterais sejam adicionados na bula de medicamentos contendo os fármacos. Além disso, o comitê orienta que os pacientes sejam aconselhados a consultar um médico caso desejem utilizar a codeína com ibuprofeno por mais tempo ou em doses maiores do que o recomendado. 

A obrigatoriedade de prescrição médica também é sinalizada pelos especialistas como uma forma de minimizar os riscos associados ao abuso e dependência destes produtos.

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