USP de Ribeirão cria pastilha probiótica que combate doenças bucais
Pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP desenvolveram uma pastilha probiótica para ser usada em conjunto com tratamentos contra gengivite e periodontite. O comprimido promove uma mudança nos microrganismos presentes na região bucal e aumenta a resistência das mucosas orais.
A pastilha é feita a base de microrganismos vivos, especificamente a cepa probiótica Bifidobacterium animalis subsp. lactis HN019. Basta colocá-la sob a língua e lentamente o comprimido se dissolve.
O produto age na cavidade bucal e também entra em ação ao chegar no sistema gastrointestinal humano. Segundo os pesquisadores, o medicamento foi capaz de reduzir a necessidade de cirurgias em pacientes com periodontite – infeção bacteriana no ligamento dos ossos.
Os voluntários com gengivite que receberam a pastilha junto aos seus tratamentos apresentaram redução de inflamações. Também foram observadas mudanças em alguns mediadores inflamatórios e na composição do biofilme (comunidade biológica que coloniza o dente).
Michel Reis Messora, um dos autores do estudo, explicou ao Jornal da USP que, nos casos de periodontite, foi observada ainda uma adaptabilidade da imunidade. “É como se a gengiva ficasse mais imunocompetente, mais resistente a futuras infecções e inflamações”, disse.
A Agência USP de Inovação (Auspin) já entrou com pedido de patente da pastilha. Por enquanto, produtos probióticos do tipo já são utilizados em outros países da Europa e Estados Unidos, mas o aditivo ainda não é comercializado no Brasil. As cepas aplicadas nas pastilhas internacionais também não são as mesmas usadas no novo produto.