Raios são responsáveis por danos e vítimas consideráveis em todo o mundo. Para tentar controlar esse fenômeno natural, pela primeira vez, pesquisadores conseguiram pela primeira vez desviar os raios usando um poderoso laser disparado para o céu.
As descobertas, publicadas na revista Nature, mostram que os lasers poderão um dia ser usados como proteção contra tempestades perigosas.
Segundo os pesquisadores, essas tempestades matam uma média de 43 pessoas nos EUA todos os anos e custaram aos proprietários de casas norte-americanos milhões de dólares em reparos.
O estudo contou com participação de cientistas da Universidade de Genebra e da Swiss Federal Institute of Technology Lausanne, na Suíça. Além da École Polytechnique, na França, e da empresa de lasers científicos Trumpf, da Alemanha.
Lasers como para-raios
A ideia dos cientistas é desenvolver uma tecnologia que use lasers como para-raios mais eficientes do que a humanidade usa atualmente. O princípio é simples: os raios laser, se forem suficientemente potentes, podem aquecer o ar tão intensamente que acionam as moléculas para libertarem os seus eletrões.
Cientistas conseguiram “curvar” um raio pela primeira vez na história. Imagem: Nature/Reprodução
Isso cria um canal cheio de elétrons carregados ao longo do feixe de laser – e todos esses elétrons atraem raios, que buscam o caminho de menor resistência entre as nuvens e o solo.
O problema que agora os cientistas estão tentando solucionar é os raios laser piscam, fazendo com que “percam” os raios. Para garantir que o canal permanecesse aberto o tempo suficiente para desviar os raios durante uma tempestade, os cientistas desenvolveram um laser capaz de disparar pulsos de alta potência 1.000 vezes por segundo.
O laser pulsou 100 vezes mais rápido que o anterior, o que significa que o laser tem “100 vezes mais probabilidade de capturar raios”, disse Aurélien Houard, um dos cientistas reesposáveis pela pesquisa, ao The Wall Street Journal .
Testando o laser no topo de uma montanha
Para testar o novo equipamento, os cientistas levaram o seu laser de 3 toneladas ao topo do Monte Säntis, com 2.500 metros de altura, na Suíça.
Assim, o objetivo de levar o equipamento ao local é a frequencia com que a torre de comunicações é atingida por raios. Pelo menos 100 vez por ano, o equipamento é alvo dos fenômenos naturais.
O laser era ligado sempre que a previsão do tempo dizia que tempestades estavam a caminho. Assim, os cientistas conseguiram registrar um raio natural que, pela primeira vez, seguiu o feixe de laser antes de atingir a torre.
“É claro que precisávamos analisar muito mais dados depois disso”, disse Jean-Pierre Wolf, professor de física aplicada na UNIGE. “Mas aquela imagem falava mais que mil palavras, sem dúvida era possível. Quando vi esta foto, sabia que tínhamos conseguido”, disse ele.
Agora, os cientistas querem aperfeiçoar a técnica e os equipamentos para tornar essa nova geração de pára-raios viável.
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