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Veja quais os personagens das HQs cortados do seriado “Sandman” da Netflix

Para "Sandman" funcionar na Netflix, alguns personagens da DC foram reescritos ou modificados para fazer sentido neste mundo onde super heróis não existem

Sandman

Imagem: Divulgação/Netflix

Depois de muita espera, já está entre nós a primeira adaptação de “Sandman” na Netflix, série baseada nos quadrinhos de Neil Gaiman e publicados pela DC entre 1988 e 1996. Com uma trama recheada de mitos e fantasia, a história possui muitos elementos fantásticos que são novidade para o público, incluindo algumas entidades míticas que cuidam da ordem do universo.

Contudo, para a série funcionar na Netflix, alguns personagens foram reescritos ou modificados para fazer sentido neste mundo onde super heróis não existem. Nas HQs, Neil Gaiman utiliza personagens da Liga da Justiça e alguns vilões, como o Dr. Destino e o Espantalho, que não aparecem na adaptação para o streaming. 

Pensando nisso, reunimos aqui uma lista de todos aqueles que aparecem nos quadrinhos da DC Comics, mas foram removidos de “Sandman” na Netflix. Alguns foram substituídos por outros personagens, que estão se tornando populares entre os fãs. Confira: 

John Constantine

John Constantine é uma das ausências mais sentidas na série ele teve destaque na terceira edição “… Sonhe um Breve Sonho Comigo”, quando Sonho o procura em busca de sua algibeira com areia. 

Mas, diferentemente de outros personagens, na série da Netflix John Constantine foi substituído por Johanna Constantine, interpretada por Jenna Coleman, que passa pelo mesmo arco na produção. Há uma Johanna Constantine nos quadrinhos originais de Sandman que é um dos ancestrais de John. Coleman também interpreta esse personagem nos quadrinhos, tornando a linhagem ainda mais clara.

Nos quadrinhos, Johanna também existe e possui relações com John, mas ela vive no século 18, enquanto na série ela foi trazida para o presente. Na produção, a personagem basicamente faz o mesmo papel que ele nas HQs, porém com algumas cenas a mais.

Etrigan, o Demônio

Na quarta HQ de Sandman, “Uma Esperança no Inferno”, Morpheus vai para o Inferno para recuperar seu elmo roubado, sendo recebido por Etrigan, o Demônio, uma criação de Jack Kirby para a DC, que serve como seu guia para o palácio de Lúcifer. Essa história é adaptada, mas Etrigan não aparece na série Netflix. 

Em vez disso, na produção Morpheus é guiado pelo inferno por um demônio que Johanna Constantine exorcizou de um humano no episódio anterior.

Doutor Destino

John Dee aparece em “Sandman” da Netflix, interpretado por David Thewlis, mas não como sua versão do vilão Doutor Destino – famoso vilão da Liga da Justiça que estreou na década de 1960 e usou suas invenções pessoais para combater a Liga. Uma dessas invenções foi a Pedra dos Sonhos que lhe permitiu manipular sonhos.

Nos quadrinhos de Neil Gaiman, ele surge como um antagonista de Morpheus depois de manipular a Pedra do Sonho para distorcer a realidade de acordo com seus desejos. Porém a série infelizmente não mostra essa história de fundo vilanesca de Dee como Doutor Destino. Na produção da Netflix, ele nunca se tornou um supervilão, mas pegou a Pedra dos Sonhos de sua mãe e a usou para machucar as pessoas. Ele foi mantido em um hospital psiquiátrico desde então.

O Espantalho

Depois de ser derrotado pela Liga da Justiça, John Dee foi enviado para o Asilo Arkham nos quadrinhos, onde os vilões de Batman são enviados depois de serem derrotados. Um desses vilões apareceu em Sandman: Jonathan Crane, conhecido como Espantalho, que conversa com John Dee enquanto estão presos em Arkham, mencionando o Coringa. 

Já na série da Netflix, o personagem nem apareceu, e Dee falou apenas com sua mãe no asilo. Além, é claro, de matar “acidentalmente” os guardas do local.

Senhor Milagre

Senhor Milagre, também conhecido como Scott Free, era um membro da Liga da Justiça quando os quadrinhos de Sandman começaram a serem publicados, em 1989, e que recentemente também recebeu sua própria minissérie. Na quinta edição, “Passageiros”, está tendo um pesadelo sobre sua infância crescendo em Apokolips, o mundo de Darkseid. Morpheus o desperta do pesadelo para perguntar o que a Liga fez com o rubi do Doutor Destino depois de derrotá-lo. Scott não sabe, mas conhece alguém que sabe: Caçador de Marte. Na série da Netflix, ele não apareceu e nem foi citado.

Caçador de Marte

Ainda nas HQs, Senhor Milagre acorda o membro fundador da Liga da Justiça, o Caçador de Marte, para ajudar Morpheus em sua busca, imaginando que ele saberia o paradeiro do rubi. Curiosamente, o líder da Liga vê Morpheus como o deus marciano dos sonhos, e Morpheus fica chocado ao saber que um marciano ainda vive. Tudo relacionado a Liga da Justiça ficou de fora da série “Sandman”, então não temos essas participações especiais.

Sandman (Hector Hall)

No universo da DC nos quadrinhos, Hector Hall era um super-herói que atendia por vários apelidos diferentes, incluindo Sandman. Depois que ele morreu, sua consciência ficou presa no Sonhar por causa de alguns pesadelos desonestos. Na série da Netflix, Hector Hall ainda aparece em forma espectral, mas nunca foi um super-herói. Em vez disso, o irmão de Rose Walker (Vanesu Samunyai), Jed (Eddie Karanja), sonha em se tornar um super-herói chamado Sandman, com traje idêntico ao usado por Hector nas HQs.

Porque esses personagens foram excluídos da série? 

Neil Gaiman, além de roteirista das HQs, foi o supervisor da série, e explicou o porquê da decisão de não trazer esses personagens para a adaptação da Netflix. Em entrevista para a Variety, o autor comentou que, apesar de ter começado bem ligado ao universo de heróis, com o tempo, esses personagens passaram a viver em um universo próprio.

“O próprio Sandman começou no Universo DC, nos quadrinhos, e então meio que acabou vagando em seu próprio lugar”, disse Gaiman. “Seu mundo se uniu cada vez mais com o nosso mundo e tornou-se cada vez menos um mundo em que combatentes do crime fantasiados voam e assim por diante, o que significava que, quando Sandman terminou, ele tinha sua própria estética, que realmente não era mais a mesma do universo da DC”.

Gayman também explicou que não quis usar a Liga da Justiça, pois, nas HQs, os membros que aparecem já não fazem parte da formação atual, o que poderia confundir o público. “Nós não queríamos uma série de TV que fizesse o público achar que tinha que ler um monte de quadrinhos publicados em 1989 para entender o que estava acontecendo. Essa não tem sido a formação da Liga da Justiça por cerca de 30 anos e nós não estamos trazendo aquela Liga de 1988 para esta série”.

Os 10 episódios da primeira temporada de “Sandman” estão disponíveis na Netflix.

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