Vida extraterrestre é possível na periferia da Via Láctea, diz novo estudo

Pesquisadores descobriram que há fósforo nos limites da Via Láctea, um dos seis elementos essenciais para a vida na Terra
Vida espaço
Imagem: Felix Mittermeier/PxHere/Reprodução

Pesquisadores descobriram que há fósforo nos limites da Via Láctea. À primeira vista, essa revelação parece simples. Mas a descoberta indica que a área habitável na galáxia é maior do que se pensava – o que amplia as possibilidades de se encontrar vida extraterrestre.

whatsapp invite banner

O fósforo é um dos seis elementos essenciais para a vida na Terra, juntamente com o oxigênio, o nitrogênio, o carbono, o hidrogênio e o enxofre. Até agora, ele era o único desses elementos que faltava nos confins da nossa galáxia.

Encontrar essa substância tão longe poderia estender a zona habitável da galáxia para fora do seu centro em cerca de 22 mil anos-luz.

É o que dizem os cientistas da Sociedade Americana de Astronomia em Albuquerque (EUA). Por sua vez, isso poderia motivar os astrônomos a buscarem vida e novos planetas no interior da Via Láctea.

Como a descoberta aconteceu

A equipe de pesquisadores apontou dois radiotelescópios para uma nuvem de gás fria e poeirenta em um extremo da galáxia, com temperatura de -248º Celsius. Essa nuvem fica situada a cerca de 74 mil anos-luz do centro galáctico, quase o triplo da distância da Terra ao núcleo da Via Láctea.

A busca por fósforo nessa nuvem distante era um tiro no escuro, já que o elemento é produzido apenas em supernovas (a explosão de uma estrela gigante). E não há muito material na parte exterior da Via Láctea. Para além de 49 mil anos-luz do centro da galáxia, só se conhece uma remanescente de supernova, explica a astrônoma Lucy Ziurys, da Universidade do Arizona em Tucson (EUA).

Uma forma de o fósforo ter parado na galáxia exterior é por meio de uma supernova mais próxima do centro que lançou uma “fonte galáctica”, argumenta Ziurys. “Em uma supernova acontece, o material é projetado para fora do plano galáctico e volta a assentar perto da borda galáctica”, explica.

Antes, os astrônomos ainda não tinham encontrado os seis elementos essenciais à vida tão longe do centro da galáxia. Por isso, acreditava-se que a região habitável na Via Láctea se estendia, no máximo, até a supernova mais distante encontrada, a cerca de 52 mil anos-luz do centro galáctico.

Supõe-se que existe também um limite interior a cerca de 6,5 mil anos-luz do núcleo da galáxia. O número relativamente elevado de supernovas que aí ocorrem deixaria os planetas da região expostos à intensa radiação ultravioleta e de raios X, dificultando a existência de vida durante muito tempo.

Para que a vida exista a uma distância tão grande do centro da galáxia, seria necessário que existissem planetas lá fora. Até agora, só foram observados planetas relativamente perto do sistema solar – a maioria a alguns milhares de anos-luz. Por isso, a descoberta pode fomentar a exploração de sinais de vida nos locais mais distantes onde ela poderia prosperar.

Assine a newsletter do Giz Brasil

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas