Pela primeira vez, cientistas filmam como o cérebro forma as memórias
Pela primeira vez na história, cientistas capturaram em vídeo como o cérebro cria as memórias, observando moléculas à medida que se transformam nas estruturas que definem quem somos.
Primeiro, vamos relembras as aulas de biologia sobre a memória:
Os neurônios se unem nas sinapses, onde os dendritos se agarram uns aos outros, assim como os dedos de uma mão se prendem aos da outra mão… Acredita-se que as memórias são formadas quando se formam conexões estáveis e duradouras na sinapse, entre os neurônios que ficam em contato uns com os outros.
Por isso, cientistas da Universidade Yeshiva (EUA) colocaram “tags” fluorescentes nas moléculas essenciais para criar memórias. Dessa forma, eles puderam observá-las viajando num cérebro de rato, em tempo real e em neurônios vivos.
Como isso funciona? Primeiro, os pesquisadores “estimulam os neurônios do hipocampo do rato, onde são feitas e armazenadas as memórias”. Depois, eles “acompanham as moléculas fluorescentes (mRNA de beta-actina) se formando nos núcleos de neurônios”. São os pontos brilhantes do vídeo. Por fim, as moléculas viajam pelas ramificações do neurônio, os dendritos – e lá se formam as memórias.
O que eles descobriram é fascinante: a proteína beta-actina, relacionada às memórias, pode ser sintetizada “em horários e locais específicos, e em quantidades específicas”. É exatamente assim que os cientistas imaginavam que tudo funcionava.
De acordo com o Dr. Robert Singer, autor sênior dos trabalhos de pesquisa:
Fizemos a observação de que os neurônios ativam seletivamente a síntese de proteínas e, em seguida, a desativam. Isso se encaixa perfeitamente em como acreditamos que as memórias são formadas. Estímulos frequentes ao neurônio tornariam o mRNA disponível em fluxos frequentes e controlados, fazendo com que a proteína beta-actina se acumule precisamente onde ela é necessária para fortalecer a sinapse.
Todo o processo foi documentado em dois artigos da Science. Antes disso, cientistas japoneses observaram como se forma um pensamento, um processo completamente diferente; saiba mais sobre isto aqui. [Yeshiva University]