Ciência

Você fala com seu cachorro com “voz de bebê”? Veja o que a ciência acha disso

Falar com os cães com tom de voz infantil pode soar estranhos, mas contribui para que eles nos entendam melhor. É o que diz um novo estudo
Imagem: James Barker/Unsplash/Reprodução

Quem nunca conversou com os animais de estimação usando “voz de bebê”? Falar com os cachorros com um tom de voz infantil pode ser meio estranho para alguns, mas contribui para que eles nos entendam melhor. É o que indica um novo esrduo

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Publicada recentemente na revista científica Communications Biology, a pesquisa foi conduzida na Hungria, e encontrou semelhanças entre cães e bebês na forma como eles respondem a esse estilo de fala. Os pesquisadores argumentam que esse jeitinho de falar é comum entre os “pais de pet”, principalmente quando se trata de tutoras mulheres.

Basicamente, falar com “voz de bebê” é uma maneira de prender a atenção dos cachorros. Como um cão comum conhece apenas cerca de 89 palavras do nosso vocabulário, faz sentido encontrar alternativas para nos comunicarmos melhor com eles no dia a dia, como destacou o site IFLScience.

Os resultados mostraram que duas áreas-chave no cérebro dos cães ficavam mais ativas quando os humanos adotavam uma “prosódia exagerada”, termo científico usado para descrever a voz “de bebê”. Esse efeito foi ainda mais intenso quando mulheres falaram. O estudo também identificou as principais características que pareciam chamar a atenção dos cães: quão alta ou baixa era a voz, em média, e com que frequência ela variava de tom.

“Estudar como os cérebros dos cães processam a fala dirigida por cães é emocionante, porque pode nos ajudar a entender como a prosódia exagerada contribui para o processamento eficiente da fala em uma espécie não humana”, explicou Anna Gergely, pesquisadora do Centro de Pesquisa em Ciências Naturais da Hungria que liderou o estudo, ao site The Independent.

Para testar se os cães realmente prestam mais atenção à nossa voz infantil, cientificamente conhecida como “fala dirigida ao cão”, a equipe de pesquisadores usou uma máquina de ressonância magnética funcional (fMRI) para analisar a atividade cerebral dos cães. Conectados aos dispositivos, os cachorros foram expostos a diferentes tipos de fala de humanos para ver como eles reagiam.

Ao contrário dos bebês, os cachorros não têm a sua sensibilidade explicada pela exposição intra-uterina à voz das mulheres. Por isso, o estudo pode abrir caminhos para as pesquisas sobre a comunicação entre humanos e animais.

“Notavelmente, os padrões de tom de voz que caracterizam a fala feminina dirigida a cães não são normalmente usados na comunicação entre cães – nossos resultados podem, portanto, servir de evidência para uma preferência neural que os cães desenvolveram durante sua domesticação”, destaca Gergely. É ou não é a fofura da mamãe?

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