Ciência

Voos espaciais podem causar disfunção erétil em astronautas homens

Testes com ratos mostraram que radiação atrapalha o bom funcionamento da artéria que fornece sangue ao pênis
Imagem: NASA/Reprodução

Viagens espaciais podem causar disfunção erétil em homens. Bom, pelo menos, é isso que afirma uma pesquisa publicada no The FASEB Journal na última quarta-feira (22).

Isso acontece porque missões no espaço expõem astronautas a altos níveis de radiação cósmica, que afetam negativamente os tecidos vasculares. Além disso, a ausência de peso, ou microgravidade, também influencia no problema, ainda que em menor grau.

Para chegarem à descoberta, os pesquisadores expuseram ratos machos a raios cósmicos galácticos simulados no Laboratório de Radiação Espacial da NASA, em Nova York, nos EUA. Após um ano, a análise de seus tecidos revelou que, mesmo com baixa exposição, os raios aumentavam o estresse oxidativo, prejudicando a função da artéria que fornece sangue ao pênis e ao tecido erétil.

E o efeito não dura apenas ao longo da missão, segundo os cientistas. “Estes resultados sugerem que a função neurovascular dos tecidos erécteis pode ser prejudicada durante o resto do período de saúde sexual dos astronautas após o regresso à Terra após uma exploração prolongada do espaço profundo”, dizem os autores.

Isso acontece porque, na Lua e em Marte e no espaço intermediário, não existe uma barreira eficaz contra a radiação cósmica pelo campo magnético do planeta e pela atmosfera substancial, como no planeta Terra. Portanto, na ISS (Estação Espacial Internacional), a tripulação recebe, em uma semana, a mesma radiação que uma pessoa receberia em um ano em nosso planeta.

Como evitar a disfunção erétil em astronautas?

Como forma de combater o problema, o pesquisador Justin D. La Favor, da Universidade Florida State, sugere o monitoramento da saúde sexual dos astronautas após as viagens espaciais. “Com missões tripuladas ao espaço sideral planejadas para os próximos anos, este trabalho indica que a saúde sexual deve ser monitorada de perto nos astronautas após seu retorno à Terra”, diz.

Apesar de não haver uma solução concreta, ainda há boas notícias: o tratamento com antioxidantes específicos pareceu melhorar a função dos tecidos. “Embora os impactos negativos da radiação cósmica galáctica tenham sido duradouros, as melhorias funcionais induzidas pelo direcionamento agudo das vias redox e do óxido nítrico nos tecidos sugerem que a disfunção erétil pode ser tratável”, completa La Favor.

Saiba como a vida no espaço muda o sistema imunológico humano nesta matéria do Giz Brasil.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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