A erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, no sul do Oceano Pacífico, foi centenas de vezes mais forte que a bomba atômica de Hiroshima. O episódio aconteceu no dia 15 de janeiro deste ano, mas continua sendo investigado pela ciência.
Agora, pesquisadores determinaram que a erupção em Tonga levantou a maior nuvem de cinzas da história, levando partículas até a mesosfera. Até então, nenhuma explosão vulcânica havia ido tão longe.
Segundo os pesquisadores, os gases do Hunga Tonga-Hunga Ha’apai subiram 57 quilômetros acima do nível do mar. O recorde anterior pertencia ao Monte Pinatubo, nas Filipinas, que entrou em erupção no ano de 1991 e produziu uma pluma que se estendeu por 40 quilômetros de altitude.
Os cientistas utilizaram o chamado efeito parallax para determinar a altura da coluna de erupção. Basicamente, a equipe utilizou três diferentes satélites para medir a pluma de vários ângulos e chegar ao valor final. Os satélites usados tiravam fotos do fenômeno a cada dez minutos.
Para você ter uma ideia, a erupção foi do zero a uma torre de 57 quilômetros de altura em cerca de 30 minutos. O estudo completo sobre o evento foi publicado na revista Science.
A equipe ainda não sabe dizer como a nuvem expelida no começo do ano poderia afetar a mesosfera. Segundo os pesquisadores, havia na pluma diversos elementos, como gelo, dióxido de enxofre e aerossóis de sulfato que se formaram rapidamente após a erupção. Quanto tempo esses compostos devem permanecer lá em cima ainda é um mistério.
Os cientistas não pretendem parar por aqui. Além de analisar o impacto ambiental da erupção em Tonga, a equipe também pretende desvendar detalhes sobre a composição da pluma e entender o que a fez subir tanto.