O curioso plano do Google para criar mais dispositivos de realidade virtual baratos

A partir desta semana, o Google vai certificar alguns adaptadores baratos de realidade virtual para smartphones sob a iniciativa Works With Google Cardboard.

A realidade virtual realmente boa está por vir, mas ainda não é a hora. Isso é preocupante. E se alguém comprar um adaptador barato para smartphone, tiver uma experiência ruim e decidir que VR é uma novidade passageira? Mas o Google, a empresa providenciando a solução mais barata de todas — o Cardboard — talvez tenha uma solução, que não envolve prender nada na sua cabeça.

A partir desta semana, o Google vai certificar alguns destes adaptadores VR baratos para smartphones sob a iniciativa “Works With Google Cardboard”. Então, se você comprar um headset com o adesivo da iniciativa, você sabe que terá uma boa experiência. Por quê? Dois motivos.

Primeiro que o Google vai colar um QR code em cada um desses headsets que — uma vez escaneado pelo app do Google Cardboard — automaticamente diz ao smartphone como funcionam as lentes do headset, e ajusta automaticamente os jogos e aplicativos para estas configurações. Isso deve funcionar com qualquer app feito na SDK do Cardboard.

Segundo, o que o Google pede em troca da certificação — e isso vai soar estranho — é que estes headsets NÃO venham com controles complexos e NÃO exijam que um faixa de elástico envolva a sua cabeça para prendê-lo ao seu rosto. Ou seja, nada disso:

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Mas… não é bom ter essa faixa? E não seria legal ter um controle também? Não necessariamente, explica Andrew Nartker, gerente de produto do Google Cardboard.

No início do projeto, a equipe do Cardboard descobriu que os sensores inerciais que você encontra dentro de alguns smartphones não eram bons o suficiente para que as pessoas pudessem virar a cabeça rápido o suficiente na realidade virtual (aliás, é por esse motivo que o Samsung Gear VR tem o próprio módulo rastreador separado).

A equipe descobriu que, ao remover a faixa, as pessoas naturalmente segurariam o Cardboard em frente ao rosto e virariam o corpo inteiro, em vez de apenas o pescoço — o que é mais fácil para os sensores processarem, e torna menos provável que as pessoas se sintam desorientadas ou enjoadas.

É por isso que nenhum hardware dos Google Cardboard tem faixas de elástico. E se você está segurando um headset em frente ao seu rosto, você não terá mão extras para controles.

Nartker diz que, por enquanto, o Cardboard é destinado apenas para “pequenas experiências VR”. Isso vai mudar no futuro? Ele não disse, e definitivamente não quis comentar sobre os rumores de que a equipe do Cardboard está secretamente criando uma versão do Android para realidade virtual.

Eu o pressionei. “São experiências pequenas porque precisam ser, ou são experiências pequenas porque é isso que as pessoas querem?”, perguntei. “A primeira experiência VR de todo mundo deve ser fácil, algo acessível, algo de simples entendimento”, ele diz.

Mas existem sinais que o Google quer levar a tecnologia além. A empresa também anunciou esta semana que adquiriu o Tilt Brush, um software de pintura 3D que experimentamos com os ótimos controles VR da Valve na GDC. E isso não faz sentido se você não pode usar as mãos para controlar um pincel virtual.

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Apesar de adquirido pelo Google, o Tilt Brush deve aparecer em outros plataformas no futuro.

E o Google também contratou uma pequena equipe da Trinity College, em Dublin, especialista em áudio posicional — outro importante aspecto de realidade virtual mais avançada.

O Google também está expandindo a seção do Cardboard na Play Store para incluir novas categorias, aparentemente em preparação para uma onda de novos aplicativos.

“Quando os componentes estão lá, quando o ecossistema está pronto, quando o conteúdo e os usuários começam a ver a tecnologia dessa forma… é animador pensar onde isso pode nos levar”, diz Nartker.

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