Cultura

Xuxa é homenageada na abertura do palco Thunder da CCXP23

"Rainha dos baixinhos" cantou, apresentou dança das cadeiras e contou sobre os desafios de entreter o público de um programa diário - enquanto controlava uma molecada inquieta
Imagem: Divulgação/CCXP23

A atração que abriu o palco Thunder da CCXP23 foi uma homenagem à eterna “rainha dos baixinhos”, Xuxa Meneghel. Com uma carreira bem-sucedida como apresentadora, modelo, empresária e cantora, Xuxa, 60 anos, relembrou com o público momentos de sua carreira e animou a plateia cantando alguns de seus maiores sucessos.

A rainha foi recebida com muito barulho por quem cresceu assistindo seu programa de TV, o “Show da Xuxa”– e ao som de gritos de uníssonos de “Xuxa eu te amo”, claro.

Além de um bate-papo descontraído com os apresentadores do painel, Mari Palma e Marcelo Forlani, ela relembrou os tempos de apresentadora de TV comandando uma “dança das cadeiras” ao vivo.

O título de rainha dos baixinhos é resultado de sua influência entre o público infantil. Além do Brasil, Xuxa fez sucesso com versões em espanhol de seu programa para países da América Latina e em inglês para os Estados Unidos. Sua popularidade durante as décadas de 1990 e 2000 levou a revista New York Magazine a considerá-la a “Madonna latino-americana”.

Antes da internet e das plataformas de streaming, era no “Show da Xuxa” que as crianças e adolescentes tinham seu primeiro contato com animações que se tornaram ícones da cultura pop. O programa conciliava game show com a exibição de diversas animações.

CCXP23: os bastidores da TV

Nos anos 1980, antes mesmo de completar 20 anos, Xuxa já possuía uma carreira bem-sucedida como modelo. Nesta mesma década ela revelou que foi convidada para comandar uma atração infantil na extinta Rede Manchete, mas teve muita dificuldade em conciliar as duas carreiras e precisou decidir apenas uma para seguir.

Embora nunca tenha parado totalmente de trabalhar como modelo, a apresentadora escolheu dedicar-se ao programa infantil que acabou migrando para a TV Globo após cerca de dois anos de exibição na Manchete. Neste período aconteceram alguns eventos nas gravações que acabaram virando meme.

Um dos mais populares foi quando, visivelmente irritada com uma criança que a estava questionando insistentemente durante, Xuxa soltou o “aham, Cláudia, senta lá”. O fato curioso era que a menina nem se chamava Cláudia. A apresentadora reconheceu que foi grosseira, mas também destacou a dificuldade que era apresentar um programa diária sem auxílio — em um período anterior ao das Paquitas.

No palco Thunder, Xuxa revelou que gravava cinco programas por dia em um formato que simulava um “ao vivo”. Por este motivo, muitas coisas foram ao ar sem cortes. Além disso, Xuxa destacou que não foi preparada o suficiente para comandar o programa, por isso cometeu uma série de erros e “traumatizou”, muitas crianças.

Ela revelou que nesta época não se preocupava com o que dizia, porque não tinha recebido uma orientação formal de como se portar na TV. “Eu não tinha filtro, era muito louca”.

Além do “senta lá”, ela disse que tiveram outros momentos que não viraram meme porque a internet ainda não os descobriu. A apresentadora contou que já devolveu um pisão no pé de uma criança malcriada após ser pisoteada intencionalmente. Algo que não faria se estivesse melhor preparada.

CCXP 23: a questão da diversidade

Além de Xuxa, seus programas contavam com as paquitas, assistentes de palco que a auxiliam na condução do show (ou “xou”, se preferir). Atualmente, se discute muito a falta de diversidade entre as meninas escolhidas para ajudarem a apresentadora a tocar o programa, questão que a própria Xuxa disse concordar.

A apresentadora confirmou que na época já havia questionamentos relacionados à falta de diversidade. E revelou que diretores da emissora barraram explicitamente a participação de garotas negras ou de outras etnias. Além disso, havia uma pressão para que todas as paquitas fossem loiras.

Por fim, Xuxa revelou que mais detalhes sobre os bastidores do programa. Contou dos traumas vividos pelas paquitas virão a público em um documentário que está em produção que fará sua estreia em breve.

Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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