Mesmo online, é possível prestar ajuda aos povos Yanomamis, vítimas da crise humanitária que engloba doenças e desnutrição severa à população indígena em Roraima.
A situação desumana veio a público na sexta-feira (20), quando o Ministério da Saúde decretou emergência pública no território. No sábado, uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expôs imagens de indígenas à beira da morte após anos de fome e sem atendimento a doenças endêmicas, como pneumonia e malária.
A situação já causou a morte de 570 crianças desde 2019. Desses, 505 não haviam completado o primeiro ano de vida. Só em 2022, 11.530 indígenas Yanomami confirmaram o contágio de malária. A região tem mais de 30,4 mil habitantes.
A terra indígena Yanomami é a maior do país em extensão territorial e sofre há anos com a invasão de garimpeiros, em especial na pandemia. Por causa do mercúrio usado no garimpo, a terra e água estão contaminadas, o que afeta a disponibilidade de alimentos às comunidades. Além disso, muitos indígenas são mortos ou violentados pelos criminosos, como forma de dominarem suas terras.
O território em Boa Vista já começou a receber profissionais da Força Nacional do SUS para atender à população devastada. As Forças Armadas montarão um hospital de campanha enquanto o governo enviará insumos médicos e alimentos para as comunidades.
Como ajudar
Além da ajuda do governo, é possível colaborar com os povos Yanomami mesmo sem estar em Roraima. Uma forma simples de fazer isso é compartilhar conteúdos responsáveis sobre os indígenas e não propagar desinformação.
Evite compartilhar informações sensacionalistas ou preconceituosas sobre a situação. Em vez disso, busque perfis e organizações especialistas no assunto. Veja alguns deles:
- Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil)
- Sonia Guajajara (ministra dos Povos Indígenas)
- Urihi – Associação dos Yanomami
- Samela Sateré Mawé (criadora de conteúdo)
- ANMIGA (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade)
- Cristian Wari’u (criador de conteúdo)
Além do compartilhamento nas redes, também é possível colaborar para a compra de alimentos e remédios. Organizações de apoio aos povos indígenas já se mobilizam para reunir doações. A Urihi – Associação Yanomami tem uma campanha de arrecadação para a compra de medicamentos.
O Conselho Indígena de Roraima também busca doações para apoiar as comunidades indígenas de Roraima.
O @ConselhoRoraima reforça a campanha de arrecadação para apoiar as comunidades indígenas da Terra Indígena Yanomami
Doe agora:
PIX conselhodaf@gmail.com
Banco do Brasil
Agência 2617-4
Cc 59027-4
SAIBA MAIS: https://t.co/r7siuTqxscImagens @caique_cai_ AsCom CIR pic.twitter.com/EcGKrGRSIm
— Apib Oficial (@ApibOficial) January 22, 2023
A ONG Ação da Cidadania, referência há décadas no combate à fome no Brasil, começou a entregar alimentos para os indígenas Yanomami nesta segunda-feira (23). A rede de doações tem parceria com o MDS (Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome).
🚨O povo Yanomami pede ajuda. 🚨
✊Precisamos agir urgentemente para levar alimentos para o povo Yanomami.
🫵🏽 Doe pelo PIX sos@acaodacidadania.org.br ou pelo site https://t.co/hgHK53Fh61
🍽️Quem tem fome, tem pressa.#SOSYanomamis#AçãoDaCidadania#QuemTemFomeTemPressa pic.twitter.com/ONzJ01oON4
— Ação da Cidadania (@acaodacidadania) January 21, 2023
A Cufa (Central Única das Favelas) é outra organização que envia doações para a população Yanomami.
🆘 O povo Yanomami pede socorro!!!
Devido à urgência da situação, a CUFA e a @FNAntirracista se uniram para arrecadar doações para levar alimento às famílias indígenas em Roraima.
Contamos com o seu apoio.
👉🏾 doacoes@cufa.org.br
O povo Yanomami tem fome, doe. pic.twitter.com/Mx9ecXim4I
— CUFA Brasil (@CUFA_Brasil) January 23, 2023
Outra forma de prestar ajuda aos Yanomamis é assinando petições online. Pode parecer que não há muito compromisso com a causa, mas esses documentos servem para pressionar autoridades a tomar decisões em favor dos povos indígenas.
A mais atuante, no momento, é a petição Fora Garimpo, que pede a retirada urgente dos garimpeiros das terras Yanomamis. Assine aqui.