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Vídeo de ruído branco no YouTube sofre cinco reivindicações de direitos autorais

Sebastian Tomczak é um tecnólogo musical e professor que curte enviar alguns experimentos aleatórios para o YouTube. Um de seus clipes era apenas dez horas de ruído branco que ele gerou a partir de um software de código aberto. Cinco reclamações de direitos autorais depois, e alguns urubus estão tirando uma grana a partir do […]

Sebastian Tomczak é um tecnólogo musical e professor que curte enviar alguns experimentos aleatórios para o YouTube. Um de seus clipes era apenas dez horas de ruído branco que ele gerou a partir de um software de código aberto. Cinco reclamações de direitos autorais depois, e alguns urubus estão tirando uma grana a partir do trabalho dele.

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Na quinta-feira (4), Tomczak tuitou uma captura de tela de reclamações que foram apresentadas contra o seu vídeo “10 horas de ruído branco de baixo nível“. O clipe é exatamente o que o título adianta, e o absurdo de alguém requerer propriedade de uma série de frequências com igual intensidade tocando simultaneamente – basicamente o ruído branco é isso – ilustra claramente o quão quebrado é o sistema de direitos autorais do YouTube.

O TorrentFreak foi atrás de Tomczak para ter mais detalhes sobre o que exatamente aconteceu. Ele disse que é doutor em chip music e escreve um blog sobre tecnologia, design de som e outros interesses relacionados. Seu canal de YouTube possui vídeos dele mexendo com equipamentos e diversas trilhas sonoras de videogames com velocidade reduzida em 804%. O ruído branco foi enviado para a plataforma em julho de 2015. Na quinta-feira (4), ele recebeu um aviso de que seu trabalho foi reivindicado por um detentor de direitos autorais. Quando foi dar uma olhada no que estava rolando, um desses detentores enviou duas notificações, reivindicando dois trechos diferentes do vídeo estático de dez horas.

Meu vídeo de dez horas de ruído branco agora tem cinco reivindicações de direitos autorais.

O que é mais grave nessa situação é que aqueles que reivindicaram não estão contestando apenas o direito de Tomczak enviar o vídeo – eles decidiram monetizá-lo e deixá-lo no ar. Tomczak não está perdendo muita grana (o vídeo tem apenas 1,485 visualizações), mas ficar por aí no YouTube monetizando ruído branco é uma boa oportunidade de fazer dinheiro fácil. Uma busca rápida na plataforma mostra milhões de vídeos com ruído branco, e muitos deles possuem milhões de visualizações. Muitos dos resultados são sons relaxantes, como da chuva ou do vento, mas existem muitos outros clássicos de TV estática que são bem populares.

Tomczak afirma que está recorrendo às reivindicações. De fato, esse episódio talvez não seja o exemplo mais bobo de disputas por direitos autorais que ele enfrentou no YouTube. Ele contou ao TorrentFreak:

“Fui convidado a participar de um vídeo no meu trabalho, e a equipe de produção perguntou se eles podiam usar minha música, e eu disse ‘sem problemas’. Um mês depois, o vídeo foi enviado em um dos canais do trabalho, e então o YouTube gerou uma reivindicação de direitos autorais contra mim por causa da minha própria música no canal do trabalho.”

O sistema automático de direitos autorais do YouTube é uma solução imperfeita para um problema impossível. O método dá ao YouTube uma maneira legal para mostrar que está tentando prevenir a infração das regras, e todos nós saímos ilesos enviando um monte de conteúdo que não deveríamos. O Music Consumer Insight Report de 2017 descobriu que o YouTube é o destino número um para streaming sob demanda. Claro, existem contas legítimas no YouTube que fazem streaming de música com os royalties corretos, mas a infração de direitos autorais é um grande negócio para o serviço de vídeos. O fato de que uma indústria pode funcionar como um tipo de parasita que acompanha o YouTube monetizando o trabalho das outras pessoas é uma funcionalidade adicional e hilária do site.

Entramos em contato com o YouTube para saber sobre o desafio de Tomczak com as reclamações de direitos autorais. Atualizaremos a publicação se tivermos algum retorno.

[Twitter via TorrentFreak]

Imagem do topo: _DJ_/Flickr

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