Mark Zuckerberg fez um “mágico” tour virtual nos destroços de Porto Rico [atualizado]
Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, escolhou uma forma um tanto… diferente para prover seu novo app de realidade virtual. O Spaces permite aos usuários estarem remotamente presentes na forma de bonecos em lugares do mundo real. No caso dessa segunda (9), o CEO fez um tour “mágico” por Porto Rico.
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Especificamente, Zuckerberg passeou pelas comunidades ainda devastadas pelo Furacão Maria – que deixou a ilha com grande parte de sua infraestrutura destruída, sem eletricidade e com enormes dados da tempestade – com o headset Oculus Rift. Apesar de Zuckerberg explicar como o Spaces se relaciona com esforços humanitários da companhia depois de grandes desastres, o passeio foi uma grande bagunça, completamente sem tato e parecendo nada mais que turismo de desastre.
“Um monte de gente já está usando o Spaces… para fazer entrevistas, responder perguntas em realidade virtual, e ir a lugares que antes não seria necessariamente possível ou definitivamente muito mais difícil de ir na vida real”, disse Zuckerberg a Rachel Franklin, líder de realidade virtual social do Facebook, em um encontro virtual no terraço do prédio da companhia.
Depois de Franklin demonstrar as “coisas bem legais que as pessoas fazem para ir a diferentes lugares”, Zuckerberg disse que a próxima parada seria um “interessante vídeo em 360º que a NPR registrou quando esteve lá” antes de se teleportar aos escombros de uma ponte.
“Agora estamos em um vídeo em 360º de Porto Rico, e é possível compreender o que acontece nele… estamos sobre uma ponte, e ela está inundada” disse Zuckerberg. “Você começa a ter noção do dano que os furacões fizeram aqui, e uma das coisas mágicas da realidade virtual é que você sente o que realmente aconteceu ao lugar”.
“Olhamos em volta e parece que realmente estamos em Porto Rico, que obviamente é um lugar difícil de se chegar agora e um monte de gente está sofrendo com as consequências dos furacões”, ele continuou enquanto o fundo mudava para imagens de ruas inundadas e pessoas limpado destroços.
Zuckerberg explicou que o Facebook está “muito focado em tentar ajudar nos esforços para a recuperação do local”, dizendo que a rede social adicionou uma checagem de segurança e funções de assistência à comunidade, além de promover campanhas para arrecadar fundos e enviar funcionários para ajudar a restabelecer a conectividade da ilha. Ele disse também que iniciava uma parceria com a Cruz Vermelha para construir mapas populacionais com imagens de satélite para ajudar a direcionar socorristas e auxiliar funcionários a identificar áreas onde recursos são mais necessários.
Mas enquanto é fácil imaginar como a realidade virtual em tempo real pode ajudar resgates e esforços de ajuda humanitária, Zuckerberg nunca abordou a conexão entre caridade e a viagem de seu boneco virtual para Porto Rico.
“Pois é, essa rua está completamente inundada”, maravilhou Zuckerberg enquanto observava o que há pouco tempo se tratava da casa de alguém. “Vocês conseguem ver isso atrás de mim, isso é o que está acontecendo aqui”.
“É doido sentir como se estivéssemos no meio de tudo isso”, respondeu Franklin.
Depois de uma silenciosa e desconfortável pausa, Zuckerberg disse, “Pois é, hmm, ah é! Você quer se teleportar para outro lugar?”
Depois de um volta rápida ao local de apresentação, a dupla se projetou na superfície da Lua – um luxo não disponível para os milhões de porto-riquenhos ainda sofrendo uma das piores crises da história da ilha.
E enquanto o infortúnio não chega ao nível de atirar toalhas de papel para vítimas do furacão como se fossem animais em vez de humanos, algo me diz que Zuckerberg ainda não compreendeu os difíceis conceitos de interação humana e auto consciencialização.
E para fechar com chave de ouro, algo que o The Next Web reparou: Zuckerberg e Franklin batendo um high five em frente as casas inundadas de Porto Rico.
Atualizado às 18h10
Zuckerberg respondeu as criticas do seu passeio sem noção com um comentário para uma usuária que agradeceu pelo vídeo, como apontado pelo TechCrunch.
“Uma das funções mais poderosas da realidade virtual é a empatia. Meu objetivo aqui era mostrar como a realidade virtual pode conscientizar e nos ajudar a ver o que está acontecendo em diferentes partes do mundo. Eu também queria compartilhar a novidade da nossa parceria com a Cruz Vermelha para a restauração. Lendo alguns destes comentários, percebo que isso não foi claro, e peço desculpas a quem se sentiu ofendido”.