10 frustrações tecnológicas que meu filho nunca terá
Quando eu era criança, meus pais me contavam sobre todas as tecnologias antiquadas que eles usavam quando eram jovens. Carro com afogador, ligações que precisavam de uma telefonista, toca-discos com manivela manual: mamãe e papai passaram por várias frustrações tecnológicas que eu nunca tive.
Assim que meu filho, que tem hoje um ano de idade, começar a falar, quero contar para ele sobre estas dez incríveis frustrações que ele nunca vai ter. Espero que ele sinta pena de mim por isso, ao menos um pouco.
À medida que a tecnologia velha dá lugar a outras mais novas, rápidas e brilhantes, nós não conseguimos evitar um sentimento de nostalgia pelos nossos gadgets de outrora — mesmo com todos os seus problemas. Avram Piitch, da Laptop Mag, nos leva por um tour de todas essas dores de cabeça que a tecnologia causava, e que as novas gerações nunca terão o (des)prazer de conhecer.
Internet discada superlenta
Eu uso internet a cabo desde 1999, mas nunca me esquecerei da internet discada. Caso não ocorra um apocalipse da banda larga, meu filho poderá contar nos dedos as conexões realmente lentas que ele vai encarar na vida. A internet discada era com uma caixa de bombons: você nunca sabia o que ia sobrar para você.
Ouvir o barulho do modem discando era como ver um crupiê girar a roleta. Eu prendia a respiração quando ouvia o tom do último número. Será que vai dar ocupado, ou vai continuar chamando até eu cancelar e tentar de novo? Mesmo quando o provedor atendia, eu ficava ansioso por ao menos 30 segundos, enquanto ouvia o familiar “boing, boing, bing” do processo de handshaking. No final, eu podia ser o vencedor de uma rápida conexão de 56K ou ficar com o prêmio de consolação, uma velocidade de 14,4Kbps, que demorava dez minutos para baixar uma única foto.
Disquetes enormes
Hoje em dia, você tem que ter muito azar para perder seu trabalho. Tudo que meu filho for escrever, desde os primeiros textos até os trabalhos da faculdade, será preservado na nuvem para os bisnetos verem.
Quando eu era jovem, nós tínhamos disquetes de 5,25 polegadas bem moles para guardar nossos arquivos. Ao contrário dos pendrives de hoje em dia que aguentam até 30 minutos debaixo d’água, os disquetes podiam ser vítimas de imãs, calor ou mesmo desgaste de uso. O pior é que, como demorava muito para salvar um documento, você fazia isso menos vezes e corria mais risco de perder tudo.
Orelhões sujos
Ao longo de sua vida, meu filho nunca estará sem contato, porque ele sempre terá algum dispositivo de comunicação com ele. Quando eu era jovem, a única maneira de ligar para alguém da rua era usando um orelhão.
Hoje em dia, é mais fácil achar um cinema drive-in que um orelhão funcionando — por um bom motivo. Os fones desses quiosques contagiosos são tão limpos quanto um banheiro público que não é lavado há anos. Pior ainda era ter que comprar cartões ou fichas. Fichas de telefone, lembra disso?
Mensagens ambíguas no pager
Quando meu filho estiver no jardim de infância, ele provavelmente estará usando um headset que projeta e-mails diretamente na retina enquanto ele anda. O pai dele, com essa idade, estava feliz por ter um pager alfanumérico que tocava e mostrava um número de telefone.
Infelizmente, quando você recebia uma mensagem, frequentemente não sabia de quem era o número e o que a pessoa queria até ligar de volta. Eu não sei dizer quantas vezes corri para o orelhão mais próximo para ligar e era só telemarketing ou estranhos que erraram o telefone.
Alugar e rebobinar filmes
Quando eu me sentar no sofá com meu filho e mostrar para ele todos os meus filmes favoritos, eles estarão sendo transmitidos diretamente da nuvem para nosso tablet ou TV. Ele não vai acreditar quando eu disser a ele que nós costumávamos alugar fitas VHS numa locadora.
Quando você pensa direito no que era isso, percebe que cada aspecto de alugar um filme era um exercício de frustrações. Primeiro, você tinha que ir até a locadora e torcer para que ainda houvesse cópias do filme que você queria, mas isso geralmente dava errado: você ia pegar Pearl Harbor e acabava levando algum besteirol ruim. Depois, tinha 24 horas para ver o filme e devolvê-lo rebobinado, sob risco de multa. Eu nunca vou esquecer as noites que fiquei esperando o videocassete rebobinar a fita para eu poder ir até a Blockbuster debaixo de uma tempestade e devolver o filme antes de dar meia-noite.
Impressoras matriciais
Quando meu filho quiser imprimir alguma coisa (se ele quiser e precisar disso, claro), a impressora vai imprimir colorido num papel brilhante em menos de um minuto. Se ele precisar de mais papel, é só colocar folhas A4 na bandeja e pronto.
Ele nunca terá a mesma satisfação que eu depois de finalmente alinhar os buraquinhos da minha resma de papel com os dentes da impressora matricial e esperar 20 minutos para ela imprimir 10 páginas em preto-e-branco de texto puro. Imprimir era um processo tão lento e doloroso que as garotas podiam usar “Eu preciso imprimir um negócio aqui” como desculpa para não sair, em vez de clássicos como “Eu preciso secar o cabelo” ou “Chegou visita, não vai dar”.
Escrever em Palm Graffiti
Os melhores softwares de hoje em dia são como um par de sapatos confortáveis: eles se adaptam às preferências do usuário com o tempo. O primeiro computador, o primeiro celular e o primeiro tablet do meu filho vão, sem dúvidas, aprender com ele, prevendo qual vai ser a próxima palavra que ele vai digitar ou música que ele vai ouvir, baseado nas atividades passadas.
Crescendo num mundo em que reina a personalização, meu filho ficará surpreso quando ouvir dizer que havia um aparelho que forçava você a aprender um alfabeto praticamente inteiro apenas para colocar texto. Uma geração inteira dos PDAs PalmOS exigiam que você escrevesse em Graffiti, um alfabeto sintético desenhado para que fosse mais fácil para o dispositivo ler o que você escrevia.
Imagens da web com ruído
Se meu filho vir uma foto com uma paleta de cor limitada, ela estará no Instagram. Mas quando a Web era nova, muitas placas de vídeo e monitores podiam exibir apenas 256 cores diferentes (8-bit color) de cada vez na tela.
As fotos ficavam granuladas, pois o computador tinha que usar dithering para aproximar as cores que ele não podia exibir. Mesmo o wallpaper e os ícones do Windows pareciam granulados quando você usava o modo de cores de 8-bit. Quando eu finalmente consegui uma placa de vídeo de 16-bit, a Internet inteira parecia diferente.
Ajustar a antena da TV
Seja streaming da Internet ou um canal HD da TV a cabo, os vídeos que meu filho vai ver aparecem ao apertar um botão. Serão raras as ocasiões em que ele terá que esperar por causa da bufferização ou do congelamento de alguma imagem, e ele não terá muito o que fazer nesses casos.
Quando eu contar que eu cresci rodando e esticando antenas que ficavam em cima da TV só para conseguir uma imagem decente, ele vai ficar chocado. Infelizmente, por décadas antes da TV a cabo e da TV digital, todo mundo tinha que levantar do sofá e periodicamente perder tempo com as antenas, porque a imagem ficava ruim de uma hora para outra. Uma geração de crianças foi encarregada dessa ingrata tarefa.
Revelar fotos
Se meu filho quiser tirar uma foto de alguma coisa, tudo que ele precisará será apontar o smartphone, tablet ou câmera digital para o objeto e apertar um botão. Em menos de um segundo, ele terá uma imagem completamente digital que ele pode editar, imprimir ou compartilhar com o mundo.
Quando o pai dele estava crescendo, a maioria das fotos era tirada com câmeras de filme, com duas dúzias de quadros por rolo e sem ter como ver até serem reveladas. Às vezes, levava semanas ou meses antes de terminar o rolo e revelá-lo. Até mesmo as fotos de Polaroid levavam minutos para aparecer. Naquela época, se alguém saiu com olhos vermelhos ou estava olhando pro lugar errado, era tarde demais para tirar outra foto.
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