O que é o 5G, e como ele trará velocidades ainda maiores na internet móvel

A quinta geração de internet móvel está sendo pensada para o mundo da internet das coisas. Como ela vai funcionar, e quando vai chegar por aqui?

A nossa conexão com a internet nunca é rápida o bastante – quer dizer, ela sempre pode ser mais rápida, né? – e por isso empresas de telecomunicações e tecnologia já desenvolvem em fase avançada a quinta geração da internet móvel, também conhecida como 5G. Mas o 5G não existe apenas para saciar nossa necessidade de ver tudo o mais rápido possível, e sim para nos preparar para um mundo no qual todos os dispositivos da nossa casa são conectados.

A evolução da conexão móvel não acontece só para fins de velocidade, mas também como forma de adaptação para as mudanças do mundo. O 3G surgiu como uma rede de troca de dados pelo celular. O 4G, por sua vez, foi desenvolvido quando as necessidades das conexões móveis iam além do que o 3G conseguia oferecer: quando os smartphones ficaram potentes a ponto de rodar coisas mais pesadas, como streaming de vídeo, por exemplo.

E o 5G está sendo pensado para uma era em que relógios, eletrodomésticos, fechaduras, câmeras de segurança, carros, wearables em geral e muitos outros se juntarão aos smartphones e PCs como os dispositivos conectados na nossa vida. Sim, o 5G é a internet móvel para a Internet das Coisas.

De acordo com a Gartner, serão 20,8 bilhões de dispositivos conectados à internet no mundo inteiro até 2020. Em 2016, temos algo em torno de 6,4 bilhões, de acordo com algumas estimativas. A quantidade de aparelhos que precisarão de internet vai explodir, e a tecnologia das conexões precisa estar pronta para isso.

Para entender como este será o futuro da internet móvel, explicamos abaixo o que é o 5G, e por que você deve se importar com ele – mesmo se o 4G ainda não tiver chegado por aí.

O que é o 5G?

Trata-se da quinta geração de conexão móvel. A tecnologia de internet móvel começou com o 1G, expandiu para o 2G nos anos 90, chegou ao 3G nos anos 2000 e partiu para o 4G nos anos 2010. Para a próxima década, será o 5G. A cada evolução, a necessidade de uso dessas redes era diferente: o 2G chegou para a troca de mensagens entre dois dispositivos móveis, por exemplo, e o 3G permitiu navegar na internet.

A mais recente tecnologia já em uso no mundo é o 4G – mais especificamente o 4G LTE (Long Term Evolution). O 5G foi criado com base nesse tipo de conexão. Ele permitirá o de sempre: troca de mensagens, telefonemas, navegação na web (mesmo em coisas pesadas como streaming de vídeos), tudo isso em uma velocidade consideravelmente superior às atingidas pelas redes 4G.

Atualmente, as melhores conexões 4G LTE do mundo (que não são as do Brasil) atingem velocidades de 1 gigabit por segundo em condições ideais – prédios, paredes, micro-ondas e sinais Wi-Fi podem interferir nessa conexão, diminuindo a velocidade.

Enquanto isso, o 5G deve atingir velocidades entre 10 e 50 gigabits por segundo. Por isso, ele promete facilitar a vida de quem quer baixar filmes em Ultra HD, ao mesmo tempo que suportará uma quantidade muito maior de dispositivos para a Internet das Coisas.

Em 2014, a Samsung testou um candidato ao 5G e conseguiu transmitir dados a 7,5 Gbps (ou 940 MB/s) entre dois pontos fixos. Ela também chegou a uma velocidade estável de 1,2 Gbps (150 MB/s) em um carro viajando a mais de 100 km/h.

Além disso, há uma promessa de redução significativa de latência (o que diminui o tempo de carregamento) para 1 milissegundo, o que nem conexões fixas conseguem. O 4G, por exemplo, tem latência de 50 milissegundos.

A latência aqui é fundamental por causa da internet das coisas: todos os diferentes gadgets conectados da sua casa simplesmente param de funcionar caso a conexão esteja congestionada. Por exemplo, a sua fechadura inteligente precisará conversar com o seu smartphone para você conseguir desbloqueá-la – e ela precisa estar conectada para funcionar direito.

Como o 5G vai funcionar?

Empresas de telecom e grandes nomes da tecnologia trabalham juntos na criação dos padrões mundiais do 5G. Esses padrões ainda não foram muito bem definidos, mas especialistas esperam que a tecnologia tenha retrocompatibilidade com o 4G e 3G, além de um pouco de interoperabilidade ao redor do mundo.

Telefones celulares funcionam mais ou menos como rádios de duas vias: você liga para alguém e sua voz é convertida em um sinal elétrico pelo seu celular. Esse sinal é transmitido para a torre de celular mais próxima a você usando ondas de rádio, e as torres enviam as ondas de rádio através de uma rede de torres até que os sinais cheguem no celular da outra pessoa. O mesmo vale para outras formas de dados, como vídeos e fotos.

As redes 5G precisarão de uma frequência de rádio maior do que as usadas pelo 4G. O LTE usa as faixas de frequência de até 20MHz, enquanto o 5G ficará em algo próximo a 6GHz. Isso acontece porque as faixas mais altas de frequência normalmente não são usadas e movem informações a velocidades maiores.

No entanto, há um problema aí: os sinais de frequências mais altas não viajam a distâncias tão grandes quanto nas menores, o que exige a instalação de novas antenas para melhorar o sinal nas regiões em que o 5G for oferecido.

Qual é o estágio atual do 5G?

Ele ainda está sendo desenvolvido, mas o estágio é um tanto avançado. A Nokia anunciou sua tecnologia de próxima geração para estações-base, chamada AirScale Radio Access, e disse que ela está “pronta para o 5G” – principalmente porque boa parte do sistema depende de software.

Os testes devem começar em breve inclusive no Brasil: a expectativa é que Claro e Ericsson conduzam os primeiros experimentos da tecnologia ainda em 2016.

Mas, claro, esse é o começo. A disponibilidade comercial da tecnologia ainda demora alguns anos. Especialistas acreditam que o 5G começará a ganhar força de verdade apenas em 2020. Você ainda tem um bom tempo para aproveitar o 4G (ou para começar a usá-lo).

A demora na chegada da tecnologia não é exatamente um problema, já que ela é preparada para um mundo da Internet das Coisas que ainda está se formando. Nos próximos anos, as empresas devem aumentar a oferta de diferentes dispositivos conectados para os lares, criando a necessidade de conexões mais rápidas e confiáveis. Talvez em 2020 esse mundo já esteja ganhando forma – e aí o 5G será fundamental.

[Gizmodo US, Exame, Tecnoblog]

Imagem por Huawei

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