Google recebe multa recorde de US$ 2,7 bilhões por manipular resultados de compras
Na manhã desta terça-feira (27), reguladores do governo na Europa aplicaram uma multa recorde ao Google de US$ 2,7 bilhões (€ 2,42 bilhões). Foi descoberto que a companhia de busca estava manipulando resultados para favorecer os seus serviços de vendas, uma violação das leis antitruste. E se não resolver o problema dentro de 90 dias, a gigante das buscas vai encarar uma multa diária de € 12,5 milhões.
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“O Google abusou do seu domínio no mercado como mecanismo de busca para promover seu próprio serviço de compra por comparação, enquanto escondia os dos rivais”, disse Margrethe Vestager, membro da Comissão Europeia responsável por concorrência, durante uma coletiva de imprensa transmitida ao vivo online. “Isso não é competição e é ilegal sob as regras antitruste da UE.”
A decisão demorou anos, com a Comissão Europeia antes mandando uma carta para o Google sobre o assunto em 2015. Vestager disse que eles estudaram 1,2 bilhão de buscas antes de chegarem à sua decisão de que o Google estava injustamente manipulando os resultados.
“Tivemos muitas conversas com o Google para ouvir seus pontos de vista”, Vestager disse. “E nós tivemos muitas conversas com consumidores e concorrentes, e alguns deles, companhias americanas, estavam envolvidos como reclamantes. E centenas de companhias tiveram o tempo necessário para responder ao nosso questionário.”
O Google respondeu em uma declaração, insistindo que a empresa estava apenas fornecendo o melhor serviço possível para seus clientes de busca.
“Quando você compra online, quer encontrar os produtos que está procurando rápida e facilmente. E anunciantes querem promover esses mesmos produtos. É por isso que o Google mostra anúncios de compra, conectando os nossos usuários com milhares de anunciantes, grandes e pequenos, de formas úteis para ambos”, um porta-voz do Google disse.
“Nós respeitosamente discordamos das conclusões anunciadas hoje. Vamos rever a decisão do Comitê em detalhe conforme consideramos um recurso e nós esperamos ansiosamente continuar nossa defesa”, a declaração continuou.
Embora apenas algumas poucas empresas geralmente americanas viram monopólios tecnológicos globais, os reguladores dos EUA fizeram pouco para interromper práticas anticompetitivas. Mas esse não é o caso na Europa, onde os governos tomaram a frente para revelar a prática de negócios como mecanismos de busca da internet. O mais proeminente gráfico do relatório da UE mostra como o Google é dominante como mecanismo de busca.
A UE tem outras duas investigações anti-competição abertas sobre o Android e busca de propaganda, de acordo com Vestager. Também houve a discussão sobre “verticais”, como o Google Images, a serem investigadas no futuro, apesar de não ficar imediatamente claro pelo que o serviço pode ser investigado.
Como resultado das práticas ilegais do Google e das distorções de competição, o serviço de compra comparada do Google ganhou significativo setor do mercado em relação aos seus rivais”, disse o relatório da UE. “Isso impediu que os consumidores europeus tivessem acesso aos benefícios da competição, especialmente quanto à real escolha e inovação”.