O Grande Colisor de Hádrons realmente refuta a existência de fantasmas?
O Grande Colisor de Hádrons fica no subterrâneo espalhando-se por oito quilômetros nos subúrbios bucólicos de Genebra, na Suíça. Este gigante de metal de grandes dimensões tem o propósito de tentar entender os blocos de sustentação mais básicos de nosso universo. A questão, portanto, permanece: se os fantasmas são reais, eles não deveriam ter sido encontrados pelo GCH?
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Isso, pelo menos, é o que o físico britânico Brian Cox, Advanced Fellow de física de partículas na Universidade de Manchester, pensa. Ele deixou suas opiniões bem claras no programa The Infinite Monkey Cage, da BBC Radio Four, na semana passada (transcrição do RealClearScience):
“Se quisermos que algum tipo de padrão que carregue informação sobre nossas células vivas persista, então precisamos especificar exatamente que meio carrega esse padrão e como ele interage com as partículas de matéria das quais nossos corpos são feitos. Precisamos, em outras palavras, inventar uma extensão ao Modelo Padrão de Física de Partículas que escapou da detecção no Grande Colisor de Hádrons. Isso é quase inconcebível nas escalas de energia típicas das interações de partículas em nossos corpos.”
Em outras palavras, explicou, se fantasmas existissem, então eles deveriam conseguir interagir com as partículas existentes do modelo padrão, nas escalas de energia em que a vida ocorre.
Agora, normalmente eu agarraria rapidamente a oportunidade de desacreditar atividades paranormais… mas, honestamente, essa explicação é besteira.
Não estou dizendo que existam fantasmas. Eu não acredito em fantasmas. Mas há várias partículas teorizadas que o Grande Colisor de Hádrons ainda não descobriu, desde as tais partículas supersimétricas até aos candidatos a partículas de matéria escura chamados “áxions”. “A investigação de matéria escura de baixa energia com muito pouca massa é algo corrente”, contou ao Gizmodo Bob Jacobsen, professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, que trabalha no detector de matéria escura LUX. “Ainda não sabemos se os áxions existem. Como você sabe que os fantasmas não são feitos de áxions?”, me questionou Jacobsen, para ressalvar isso com o fato de que ele não mergulhou em métodos de detecção de fantasmas com física de partículas e que ele poderia estar errado.
Mas dá uma olhada no que o site do CERN diz sobre áxions:
“… O áxion é uma partícula neutra e muito leve (mas não sem massa) e não interage (ou se, o faz, é muito debilmente) com matéria convencional. De certa forma, alguém pode ver o áxion como um “fóton estranho”. Aliás, a teoria prevê que o áxion, se existir, poderia se transformar em fóton (e vice-versa) na presença de campos eletromagnéticos.”
Isso se parece muito com fantasmas para mim, senhor Cox.
Experimentos como o LUX, uma cuba gigante de xenon na Dakota do Sul, XENON, outra cuba gigante de xenon em uma montanha italiana, e o CERN Axion Solar Telescope, entre outros, estão ativamente procurando partículas de matéria escura e ainda não as encontraram ou as descartaram. Além disso, e se os fantasmas simplesmente não queiram andar pelo Grande Colisor de Hádrons, quando podem estar assombrando pessoas que, de fato, acreditam em fantasmas?
É claro, não estou dizendo que fantasmas existem. Aliás, eu veementemente não acredito neles. Só estou dizendo que, embora o GCH possa explicar muita coisa, ele ainda não descartou a existência de fantasmas.
[RealClearScience via LiveScience]
Imagem do topo: Har Gobind Singh Khalsa/Flickr