Estas são as primeiras imagens de Marte tiradas pelo módulo de investigação europeu
Se a queda da sonda Schiaparelli fez você pensar que a missão ExoMars, da ESA (Agência Espacial Europeia), sinalizava uma falha total da iniciativa, você errou. A missão de investigação científica — chamada de TGO (Trace Gas Orbiter) — está funcionando muito bem, como mostrado pelas primeiras imagens e dados recebidos pela ESA vindos do Planeta Vermelho.
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Para esclarecer, o módulo TGO foi responsável pelo transporte da sonda Schiaparelli até Marte, o que infelizmente não deu muito certo. Porém, agora ele tem orbitado por Marte para fazer análises específicas.
Close de uma larga cratera próxima ao equador de Marte, capturada em 22 de novembro pelo Trace Gas Orbiter (TGO). Imagem por ESA/Roscosmos/ExoMars/CaSSIS/UniBE
Ao manter o objetivo da ExoMars, que é descobrir sinais de vida, o plano da TGO é produzir um inventário detalhado de gases raros na baixa atmosfera de Marte. Ela deve analisar o vapor d’água, nitrogênio, dióxido, acetileno e metano, que é quebrado pela luz solar. Se há metano no ar de Marte, algo — seja um processo geológico ou biológico — está sendo reabastecido.
A ExoMars criou sua primeira imagem 3D da topografia de Marte usando imagens estereoscópicas do Trace Gas Orbiter. Imagem por ESA/Roscosmos/ExoMars/CaSSIS/UniBE
O módulo TGO também está equipado com avançados equipamentos de captação de imagem. Se ele entender que existe algo interessante, a ESA vai tirar fotos detalhadas de locais na superfície para, no futuro, um rover visitar o local.
Em outubro, o módulo TGO foi capturado pela gravidade de Marte em uma órbita altamente elíptica. Ele vai passar o próximo ano fazendo a órbita circular, antes de poder realizar experimentos. Porém, enquanto isso, a ESA tem bastante tempo para testar e calibrar os instrumentos da espaçonave.
Graças aos esforços do TGO durante o Dia de Ação de Graças (em 24 de novembro), a ExoMars agora capturou as primeiras imagens da atmosfera de Marte, algumas fotos aéreas e uma reconstrução 3D de um aspecto da superfície, chamado de Noctis Labyrinthus, de algumas imagens estereoscópicas.
É importante notar que pelo fato de que o módulo TGO estava a apenas 235 km acima da superfície, quando essas imagens foram tiradas durante uma aproximação recente, elas serão uma das mais próximas já captadas durante a órbita. Nesta mesma época no próximo ano, a espaçonave estará indo rumo à sua órbita de ciência, a uma altitude fixa de 400 km. Com sorte, a ESA fará as correções necessárias para garantir que a próxima missão a aterrissar em Marte, a ExoMars em 2020, não tenha o mesmo destino que a Schiaparelli.
[ESA]