Nadar depois de comer causa cãibras? A ciência diz que não
Talvez em algum momento da sua vida você ouviu algum parente – sua avó, seu avô, ou até mesmo um dos seus pais – dizendo para não nadar logo depois de comer. Você deve esperar entre 30 minutos e uma hora para isso, ou pode sentir cãibras e se afogar. É verdade? Como explica o Vox, é apenas mais um mito desses criados para assustar crianças. Ou algo assim.
Não há nada que prove cientificamente que comer e nadar faça mal para uma pessoa. Não há nenhuma evidência que mostre que nadar depois de comer represente mais riscos para uma pessoa do que realizar qualquer outra atividade depois de uma refeição.
Até há uma possibilidade de uma pessoa sentir cãibras ao nadar depois de comer. Entre os fatores que causam a cãibra está a redução do fluxo sanguíneo – isso, no entanto, é debatido entre cientistas. Depois de comer, seu estômago recebe mais sangue para ajudar na digestão. Portanto, menos sangue vai para seus membros – e, assim, é mais provável que você sinta dores. Mas médicos dizem que, a não ser que participe de uma competição extrema de natação, terá sangue o suficiente para seus músculos e para a digestão sem problema nenhum. Portanto, pular em uma piscina logo depois do almoço não deve causar riscos para a sua saúde.
Não se sabe exatamente quando essa história surgiu, mas, segundo o Snopes.com, há mais de um século a história é tratada como verdade por muitos. A edição original do Escotismo para Garotos, de 1908, já alertava para os “riscos” de nadar depois de comer.
“Se você nadar em menos de uma hora e meia depois de uma refeição, isso é, antes da sua comida ser digerida, é provável que tenha cãibra. A cãibra deixa você em dor extrema, e assim você não pode mexer seus braços nem pernas – e você afunda. Você pode se afogar – e será sua culpa.”
Bem, isso certamente traumatizou muitas crianças no início do século 20, e essas crianças cresceram e alertaram os filhos dos supostos riscos de nadar depois de comer. Se nadassem, se afogariam, e a culpa seria deles, e apenas deles. Mais de um século depois, o mito ainda tem alguma força, mas o fato é que não há nada que prove que isso ocorre. [Vox]
Imagem via ruben3d/Flickr sob licença Creative Commons