Novo escaneamento mostra uma surpreendente descoberta na tumba de Tutancâmon
No fim do ano passado, um escaneamento da tumba de Tutancâmon revelou a possível presença de uma câmara secreta. Uma análise mais detalhada desses dados mostra não só a presença de uma espécie de sala secreta, mas também uma série de objetos metálicos e orgânicos ainda não identificados.
Como informado pela National Geographic, o anúncio foi feito hoje cedo em uma coletiva de imprensa realizada no Cairo, a qual Mamdouh Eladamay, ministro de antiguidades, disse que “esta pode ser a descoberta do século.”
Em novembro de 2015, o japonês especialista em radar Hirokatsu Watanabe foi levado até a câmara funeral do rei Tut para analisá-la. Na época, os resultados iniciais foram convincentes, sugerindo com 90% de certeza que havia outra câmara atrás da parede norte da tumba.
Watanabe publicou só agora o relatório completo da análise, e ele acredita que há objetos feitos de metal e de materiais orgânicos do outro lado. O ministro egípcio não quis especular sobre o que seriam esses objetos.
Watanabe analisa dados coletados no radar usads para determinar a estrutura do material que está na parede. Imagem: Brandon Quilicci/National Geographic
As descobertas do escaneamento feito por Watanabe foram revisadas por especialistas independentes, incluindo um pesquisador estratégico que trabalha no laboratório de propulsão de jato da NASA, e Remy Hiramoto, um especialista em semi-condutores e microeletrônica, que descreveu os dados como bem “rigorosos”.
“Ele [o estudo] valida a hipótese inicial de que há algo não-natural ocorrendo na câmara ou na cavidade do outro lado da parede”, disse Hiramoto ao Natgeo. “Baseado nos sinais apresentados nos dados, há um vazio e definitivamente há algo dentro desse local. Há algo lá.”
O geofísico arqueológico Jason Herrmann disse ao NatGeo que é relativamente fácil usar o radar para determinar como são esses materiais que ainda não foram vistos. Ele próprio comentou que usou uma técnica para encontrar artefatos de metal enterrados em dunas da Arábia Saudita. Além disso, afirmou que buscar objetos em uma câmara é mais fácil que achá-los na areia.
O interesse na câmara funerária de Tutancâmon, que tem mais de 3.340 anos, foi reacendido pelo arqueólogo britânico Nicholas Reeves, que acredita que há outra tumba escondida entre as paredes. Embora incialmente a tese tenha sido rejeitada por estudiosos, a teoria dele era baseada em evidências físicas do local, como traços de corredores e aberturas de porta que foram rebocadas e pintadas durante a preparação da tumba.
Reeves especula que haja uma câmara escondida com os restos e possivelmente bens intactos da rainha Nefertiti, a esposa do faraó Akhenaten, pai de Tutancâmon.
Uma equipe de especialistas do National Geographic usará um radar próprio para escanear o local no fim do mês. Um dos objetivos neste novo escaneamento será determinar a espessura das paredes. O ministro Eldamaty negou-se a dizer o que ocorrerá após isso: “Temos que esperar.”
Imagem do topo mostra o especialista em radar Hirokatsu Watanabe. Crédito: Brandon Quilicci/National Geographic