Ciência

Arqueólogos acham evidência de gato “amassando pãozinho” há 1.200 anos

Para quem não conhece o termo, “amassar pãozinho” é um hábito dos felinos de afofar objetos (ou pessoas) com as patas dianteiras.
Imagem: Reddit/Reprodução

Arqueólogos descobriram evidência mais antiga de um gato “amassando pãozinho”. Eles encontraram marcas de patas de um gatinho nos fragmentos de um jarro de 1.200 anos.

Para quem não conhece o termo, “amassar pãozinho” é um hábito dos felinos de afofar objetos com as patas dianteiras, similar ao preparo de massas.

Vale lembrar que já explicamos aqui no Giz por que os gatos ficam “amassando pãozinho” e sabemos que o comportamento é um aspecto evolutivo da domesticação.

Agora, graças a análises de objetos encontrados em uma escavação no Monte Sião, em Jerusalém, temos a evidência de gatos “amassam o pãozinho” há, pelo menos, 1.200 anos.

Imagem: Shimon Gibson/Divulgação

 

Mas como os arqueólogos conseguiram descobrir que o gato estava “amassando pãozinho”?

O movimento que os gatos fazem ao afofar superfícies deixa marcas específicas pela extensão das garras, mas não são em forma de arranhão. Desse modo, os arqueólogos suspeitam que um gato deixou sua marca em um jarro de argila recém-fabricado, que estava secando sob o sol, com a superfície ainda maleável e úmida.

Outro fator que sustenta a hipótese de que o gato estava “amassando pãozinho” na superfície do jarro de 1.200 anos é a profundidade das marcas na superfície da argila, indicando que o gato estendeu suas garras para penetrar o objeto.

Descoberta acidental de 1.200 anos

Sobre o jarro, ele surgiu em Jerusalém, no século 13. O projeto de escavação do Monte Sião começou em 2007, sob a direção de Shimon Gibson, da Universidade da Carolina do Norte. No ano passado, arqueólogos encontraram vários materiais de argila, incluindo o fragmento com as marcas do gato.

No entanto, a descoberta passou batido pelos arqueólogos até o final de outubro. Até que Gretchen Cotter, diretora do laboratório, percebeu as marcas no fragmento de argila.

Imagem: Shimon Gibson/Divulgação

Pelas análises, é possível enxergar nitidamente o formato da pata de gato. Mas, voltando ao recipiente, os arqueólogos encontraram o fragmento no local onde existia um bairro residencial próximo ao pico do Monte Sião.

No local, os arqueólogos encontraram outros fragmentos e objetos de argila do período do Califado Abássida, que governou Jerusalém de 750 a 1.258, com alguns intervalos devido às Cruzadas. 

Portanto, o gato estava “amassando pãozinho” há 1.200 anos em uma Jerusalém turbulenta — mas não muito diferente da atual.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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