Este é o plano do Facebook para evitar que o desastre das eleições de 2016 se repita

A pressão continua a crescer para o Facebook e sua liderança para que grandes mudanças de privacidade sejam tomadas após o escândalo da Cambridge Analytica – que expôs como a rede perdeu o controle de extensos dados de 87 milhões de usuários – e depois de semanas se esquivando e produzindo pequenas mudanças pelas margens, […]

A pressão continua a crescer para o Facebook e sua liderança para que grandes mudanças de privacidade sejam tomadas após o escândalo da Cambridge Analytica – que expôs como a rede perdeu o controle de extensos dados de 87 milhões de usuários – e depois de semanas se esquivando e produzindo pequenas mudanças pelas margens, a companhia passou a fazer concessões como vagamente se comprometer ao estilo de regras de privacidade da União Europeia.

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Nessa sexta (6), no que mais parece ser uma estratégia para garantir ao público que a rede possui um plano de segurança contra intervenções internacionais nas eleições de 2018, o Facebook detalhou como irá tornar a publicidade política mais transparente.

Apesar de ainda não ser claro como uma suposta operação russa infestou o Facebook com desinformação e propaganda para favorecer Donald Trump antes das eleições de 2016, os problemas da rede são bem nítidos. Se ela não prevenir operações russas de atingirem cerca de 126 milhões de usuários de novo durante as eleições de 2018, isso pode se agrupar aos atuais problemas e forçar o Facebook a ter de encarar irritados legisladores.

Os vice-presidentes do Facebook Rob Goldman e Alex Himel escreveram um post no blog da companhia explicando que além do plano de apenas permitir que anúncios eleitorais sejam publicados por anunciantes autorizados, este requerimento também será estendido “para qualquer pessoa que queira exibir anúncio relacionado a temas políticos que estejam sendo debatidos em âmbitos nacionais”. Ademais, eles escrevem, todos os anúncios do tipo serão identificados como um “Anúncio Político”, com uma anotação de “pago por” próximo a ele. Os vice-presidentes dizem também estar trabalhando em uma função que exibirá todos os anúncios feitos por uma página, mesmo que eles não tenham aparecido no seu feed de notícias.

“Isso se aplica a todas as páginas de anunciantes no Facebook, não apenas a páginas que exibem anúncios políticos”, diz o post. Os anúncios arquivados também trarão informações adicionais, “mostrando a imagem e o texto do anúncio, além de informações adicionais, como o valor gasto e as informações demográficas do público-alvo de cada anúncio”. O Facebook planeja lançar essa nova função globalmente em junho.

Por fim, a companhia solicitará que páginas com muitos seguidores verifiquem suas identidades.

“Estes passos sozinhos não impediram as pessoas de tentarem manipular o sistema”, comenta Zuckerberg em sua página do Facebook. “Mas eles tornarão muito mais difícil para alguém fazer o que os russos fizeram durante as eleições de 2016 e usar contas falsas e páginas para publicar anúncios”.

Estas são todas mudanças produtivas, mas vamos nos lembrar que o Facebook opera em uma enorme escala, e o plano de verificar compradores de anúncios se baseia em receber correspondências deles. Não será difícil para potenciais laranjas passarem pelo sistema – apenas uma inconveniência. Verificar páginas também não deve fazer muito para preveni-las de administrar propaganda não paga, e inclusive menos de 10% da suposta operação russa de 2016 fez uso de anúncios pagos.

Este sistema apenas funcionará se o Facebook for rigoroso em identificar e remover atores maliciosos dos seus sistemas, que já é problemático devido ao extremo atraso em reconhecer qualquer problema com interferências nas eleições americanas. É algo que, fora dos rigorosos olhos da imprensa americana, não deve funcionar muito bem.

Quanto as regras de transparências? Estas são semelhantes as regras que já eram aplicadas em anúncios políticos não digitais que o Facebook lutou para ser isento por um bom tempo. Conforme aponta o New York Times, antes dos eventos das últimas semanas, a companhia ativamente resistiu a qualquer mudança a sua isenção com a desculpa que identificar quais anúncios eram políticos ou não requereria muita mão de obra.

Mas em dezembro de 2017, a Federal Election Commission, agência independente que fiscaliza leis eleitorais, afirmou que planejava fazer o Facebook aceitar as regras, mas sem disponibilizar um prazo para esta implementação. Mas a rede deu meia volta e decidiu aceitar as novas regras antes mesmo dos reguladores a imporem.

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