Poluição na China é tão grave que você pode vê-la do espaço
A NASA publicou uma imagem da névoa de poluição cobrindo toda a Planície do Norte da China. O problema é tão grave que dá para ver a poluição a milhares de quilômetros no espaço.
A situação ficou tão feia que a visibilidade se reduziu a 200m, e o aeroporto da capital chinesa, Pequim, teve que cancelar 43 voos e atrasar outros 80 no dia 10 de janeiro, quando foi vista esta nuvem de poluição.
A primeira imagem – tirada pelo satélite Aqua, da NASA – mostra a situação em 10 de janeiro. Toda a Planície do Norte da China estava coberta por uma névoa cinzenta de poluição. Também dá para ver pontos brancos: estes são de neblina normal abaixo da poluição. Na segunda imagem, você vê o céu no dia seguinte: a poluição mais pesada se foi, levada pelo vento.
De acordo com o Observatório da Terra, da NASA, a névoa é formada principalmente por dois tipos de partículas: PM10 e PM2.5. O número se refere a seu tamanho: 10 micrômetros e 2,5 micrômetros. Elas são feitas de “poeira, gotas líquidas e fuligem de queimar combustível ou carvão”. A maior parte da poluição é formada por PM2.5. Estas partículas refletem bastante a luz, por isso as vemos do espaço quando sua concentração é alta o bastante.
As partículas de 10 micrômetros entram no pulmão e causam problemas respiratórios. As partículas de 2,5 micrômetros podem se infiltrar nos pulmões e às vezes entrar na corrente sanguínea. Essas partículas podem causar câncer e problemas respiratórios extremos.
O problema é extremamente ruim. A densidade do PM10 era de 560 microgramas por metro cúbico de ar. Nos EUA e no Brasil, 150 microgramas por metro cúbico de ar é o limite máximo para concentrações de PM10. Mas a concentração de PM2.5 é ainda pior. Em 10 de janeiro, a concentração de PM2.5 literalmente ultrapassou a escala de medição (que vai até 500), de tão alta que era. A Embaixada americana em Pequim mede a concentração de PM2.5 toda hora, e a cidade só deve começar a fazer o mesmo no final do mês.
Esta névoa de inverno é causada por uma combinação de inversão térmica e poluição: o ar frio fica preso por uma camada superior de ar quente, criando um bolsão que fica repleto de ar poluído. No caso da China, esse bolsão se forma bem rápido.
Aparentemente, a China planeja monitorar a concentração de PM2.5 no país inteiro até 2016. Isso pode ser tarde demais para a maior parte da população, bastante afetada pelo problema. Não é coincidência que arquitetos estejam preocupados com a qualidade do ar dentro dos edifícios que projetam. [NASA]