Por que essa empresa vai criar uma tecnologia para reconhecer o rosto de vacas
O reconhecimento facial já está presente por toda parte, de aeroportos a jogos de futebol, passando por escolas do ensino fundamental e, agora, presente até mesmo em fazendas e estábulos. A gigante alimentícia Cargill anunciou nessa quarta-feira (31) uma parceria com a Cainthus, uma companhia irlandesa de visão computacional, para criar uma tecnologia de reconhecimento facial pioneira cujo objetivo é reconhecer o rosto de vacas ainda este ano.
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Defensores da privacidade provavelmente não se incomodaram pela ameaça de um panóptico bovino, mas o projeto piloto mostra como a inteligência artificial e tecnologias de reconhecimento faciais estão aos poucos se incorporando em todos os aspectos da vida moderna.
Em um comunicado à imprensa, a Cainthus diz que o plano é usar o reconhecimento facial para monitorar o comportamento, padrões alimentícios e saúde geral do rebanho, e então enviar alertas instantâneos diretamente aos fazendeiros responsáveis.
Em vez de instalar câmeras nas áreas de alimentação dos animais, a inteligência artificial lerá o rosto das vacas e determinará o que o animal está sentindo tendo como parâmetros uma base de dados de comportamentos típicos. Com isso, algoritmos sinalizam qualquer mudança, como, por exemplo, um animal se alimentando ou bebendo menos, se movendo de forma mais lenta, ou perda ou ganho de peso. A companhia afirma que a inteligência artificial detectará problemas de saúde preventivamente, permitindo que os fazendeiros ajustem horários de alimentação, assim economizando dinheiro.
Ainda vemos a vigilância biométrica como parte da aplicação da lei e de métodos antiterroristas, mas a tecnologia está rapidamente se tornando parte da indústria alimentícia. Ano passado, por exemplo, cientistas tentaram usar inteligência artificial para “decodificar” a fala de frangos.
De maneira semelhante ao que será feito com o rosto das vacas, os cientistas queriam monitorar a saúde dos frangos em currais ouvindo seus cacarejos para determinar os primeiros sinais de possíveis doenças. E em novembro do ano passado, uma unidade de uma companhia de gerenciamento em Vancouver, Canadá, brevemente obrigou seus funcionários que manuseavam os frangos a acoplarem uma câmera em seus uniformes. Elas foram necessárias depois que ativistas dos direitos animais vazaram vídeos de funcionários maltratando frangos.
Vigilância fomentada por inteligência artificial não está influenciando apenas a vida de nós, humanos, como também está definindo como companhias cuidam de seus rebanhos animais – e, desta forma, como nos alimentamos.
[Bloomberg via PR Newswire]