[Review] Samsung Chromebook 3: usando um navegador pra tudo

O Samsung Chromebook 3 tem bateria e portabilidade de sobra, com um preço interessante: R$ 1.000. Mas não espere potência do notebook.

Foram poucos os Chromebooks que deram as caras no Brasil, e a Samsung é a única fabricante que continua apostando nesses notebooks por aqui. Vender um dispositivo que não roda um sistema já estabelecido não é tarefa das mais simples, mesmo que a plataforma seja baseada no navegador mais utilizado do mundo e que ele seja baratinho; o preço sugerido é R$ 1.499, mas é possível encontrá-lo no varejo por R$ 1.000.

Passei um tempo com o Chromebook 3; confira a seguir minhas impressões sobre o notebook.

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O que é?

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O Chromebook 3 é cinza escuro, tem acabamento de plástico e tela de 11,6 polegadas com resolução HD (1366 x 768 pixels) e proteção contra reflexos; são 1,7 cm de espessura e pesa levíssimos 1,15 kg. Ele roda Chrome OS, sistema operacional do Google que se baseia no navegador Chrome.

As especificações são bem básicas: processador dual-core Intel Celeron, 2 GB de RAM e armazenamento de 16 GB expansível por microSD. Como o foco é web, são oferecidos 100 GB de armazenamento no Google Drive por dois anos.

Na parte direita está o plugue para fones de ouvido e uma das portas USB. À esquerda, fica a outra USB, uma entrada HDMI, o slot microSD e o plugue do carregador. Ele tem conexão Wi-Fi (802.11 a/b/g/n de duas bandas) e Bluetooth.

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Assim como nas gerações anteriores, o teclado é ABNT2 mas não tem a linha de botões F, substituído por atalhos como ajuste de brilho, volume, atualizar página, entre outros. Outra tecla ausente é o Caps Lock, que dá lugar a um atalho para a função de pesquisa. O trackpad tem tamanho razoável e boa sensibilidade.

Usando

Ao ligar o Chromebook 3 pela primeira vez, é preciso se conectar à uma rede Wi-Fi e inserir o seu login do Google. Em seguida ele sincroniza todos os seus dados e configurações do navegador, que é o coração do todo o sistema. O boot leva até 10 segundos, mas depois de configurado não é preciso tudo isso.

O visual do Chrome OS reúne elementos do Windows e do macOS, mas pende para o lado da Microsoft. Uma barra de tarefas na parte de baixo reúne os aplicativos preferidos, um launcher que te leva à todos os apps do sistema, além do relógio e ícones de sistema, como sua imagem de usuário, idioma do teclado, conexão Wi-Fi e bateria.

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Eu me propus a usar somente o Chromebook durante uma semana de trabalho. Resumidamente: consegui, mas sofri em alguns momentos.

O teclado dele é bem confortável, responde bem e as teclas são separadas o suficiente. Embora o trackpad seja responsivo, nada substitui a agilidade do mouse, que não teve problemas para ser reconhecido no Chrome OS.

Ele se mostrou bem ágil no início, porém os problemas com o desempenho começaram a aparecer quando eu abria mais do que 8 abas. Com processador dual-core e 2 GB de RAM, é impossível lidar com muitas tarefas ao mesmo tempo. Além disso, ele não é muito competente no processamento gráfico: vídeos do YouTube costumam engasgar e muitas vezes a rolagem das páginas é super lenta. O atalho “Pesquisar + Esc”, que traz o Gerenciador de Tarefas do Chrome, foi um companheiro constante, sempre eliminando algumas janelas que eu não estava usando para liberar memória e processamento.

Tive bastante dor de cabeça quando precisei editar imagens. O Chrome OS até tem uma ferramenta de edição, que permite fazer cortes, ajustar brilho e outras pequenas alterações, mas ela é muito básica. Precisei recorrer a serviços web como o Pixlr Editor, que até quebra um galho.

Embora ele dependa muito da conexão com a internet, é possível realizar algumas tarefas offline. Apps como Docs, Planilhas e toda a suíte de produtividade do Google permitem o acesso e a edição de arquivos mesmo que não haja uma conexão. Inclusive, o ecossistema de aplicativos é bem limitado: são as extensões e apps disponíveis na Chrome Web Store. Ou seja, não rola acessar bancos que exigem a instalação de softwares de proteção na máquina, ou fazer a declaração do imposto de renda, por exemplo.

O fato de o notebook ser selado e não permitir um upgrade de memória RAM me decepcionou, ainda mais pelo fato de não termos um modelo um pouquinho mais potente no mercado. O Chromebook tem praticamente tudo o que eu preciso num notebook, mas não consegue lidar com muitas abas simultâneas graças aos 2 GB de RAM; talvez 4 GB de RAM fossem o ideal.

Bateria

A bateria do Chromebook 3 é bem competente. Trabalhei expedientes inteiros com apenas uma carga, mantendo algumas abas abertas. Ela pode não chegar nas 11 horas prometidas pela Samsung, mas dá tranquilidade para fazer uma reunião, assistir uma aula ou trabalhar por um longo período sem precisar de uma tomada por perto. Na maioria das vezes, foram entre 6 e 7 horas de uso constante sem recarregá-lo.

Conclusão

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Encontrar um notebook com boa relação custo-benefício no mercado brasileiro está difícil. O Chromebook 3 atende bem aqueles que não estão preocupados com potência; e por R$ 1.000, ele é um computador interessante. A portabilidade e a ótima autonomia de bateria fazem dele um bom companheiro para quem precisa de um computador pra levar por aí para realizar tarefas básicas como escrever, estudar ou fazer reuniões; você terá apenas um navegador à disposição e muitas vezes é só disso que precisa.

Não é um computador para quem usa softwares específicos ou gosta de abrir muita coisa ao mesmo tempo. Prevalece aquilo que comentamos no review da primeira geração do computador: é um meio-termo entre notebook e tablet.

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