É assim que sabemos que uma supernova poderá ser vista no começo de 2016
No começo de 2016, astrônomos vão olhar para uma parte específica do céu, sabendo com quase certeza que uma supernova vai aparecer lá. Como é possível prever tal evento? A resposta tem a ver com um efeito conhecido como lente gravitacional.
Tecnicamente, a supernova de 2016 é um “replay” da supernova Refsdal, observada inicialmente por astrônomos em novembro de 2014. Eles observaram quatro ocorrências visuais diferentes dela. A luz dessa explosão estelar imensa apareceu em diversas partes do céu devido a um enorme aglomerado de galáxias, MACS J1149+2223, que estava na frente dela.
Uma ilustração da lente gravitacional, mas em vez de uma galáxia temos uma supernova.
Logicamente, a supernova deve ser obscurecida pelo aglomerado de galáxias. Mas a enorme força gravitacional do aglomerado está dobrando o espaço-tempo ao seu redor. O efeito, conhecido como lente gravitacional, transforma o aglomerado em uma lente de aumento gigante.
Em conjunto, a formação das quatro imagens da supernova é conhecida como Cruz de Einstein. Astrônomos já viram essas coisas antes, na forma de imagens duplicadas de galáxias, mas essa é a primeira vez que eles veem isso com uma supernova.
Supernova Refsdal. O círculo no topo mostra a posição da supernova como foi vista em 1995. O círculo inferior mostra a galáxia responsável pela lente gravitacional que atingiu a supernova. O círculo do meio mostra a posição prevista de reaparecimento da supernova no começo de 2016. (Hubble/NASA/ESA)
As quatro imagens da supernova estão ficando mais fracas conforme a explosão também fica – mas astrônomos esperam um replay de Refsdal no começo do ano que vem. Como diz um release dos cientistas do Telescópio Espacial Hubble:
As imagens da supernova não chegam à Terra ao mesmo tempo porque, para cada imagem produzida, a luz toma uma rota diferente. Para algumas dessas rotas, a luz demora mais tempo para chegar até nós do que por outras.
Então, usando diversos modelos do aglomerado agindo como lente, os astrônomos criaram um conjunto de previsões para quando a supernova vai aparecer novamente. A maior aposta é em algum momento no começo de 2016, e a equipe do Hubble já está preparada. [Hubble Space Telescope]