Carros elétricos da Tesla ganharam um piloto automático – eis como ele funciona
Esta semana, a Tesla começou a distribuir uma atualização para seus carros elétricos Model S e Model X que ativam o recurso “Autopilot”: ele toma o comando do volante e dirige por você, mantendo-se no caminho, mudando de pista e até estacionando sozinho.
Claro, isso não transforma o veículo em um carro autônomo: trata-se de um recurso para tornar longas viagens na estrada menos incômodas. Ainda assim, quem testou o “autopilot” ficou impressionado. E Elon Musk, dono da Tesla, diz que a automatização completa dos carros virá em três anos; este é apenas o começo.
O Autopilot usa quatro sensores do carro para guiá-lo sozinho: um sonar que envia pulsos ultrassônicos para detectar os carros ao redor; um radar frontal que pode ver através de névoa e chuva; uma câmera frontal que analisa placas com limites de velocidade; e um GPS de alta precisão.
Quando o carro estiver a mais de 30 km/h, dois ícones aparecem no painel: um sinal do velocímetro, indicando que o “cruise control” está pronto; e um volante que avisa se o Autosteer consegue visualizar as linhas da pista. Quando os dois ícones aparecem, você puxa uma haste de controle no lado esquerdo e o sistema Autopilot é ativado.
O carro se mantém automaticamente na pista, desacelerando conforme necessário para evitar colisões; e muda de faixa quando você dá sinal para virar à direita ou esquerda, e quando ele detecta que o caminho está livre.
O sistema foi feito para dirigir na estrada, mas a Tesla o ofereceu para testes em Nova York, que tem um trânsito meio caótico. Ainda assim, ele se sai muito bem. O Jalopnik explica:
É realmente estranho num primeiro momento, estar sentado no assento do motorista e ver o volante em movimento. Você vê caminhões enormes à esquerda, e táxis suicidas à direita, e você sente que vai bater em um deles…
Mas isso não acontece. Você se move junto com o trânsito, o carro acelera até chegar na velocidade máxima desejada, e desacelera para manter o ritmo, com o volante girando suavemente para lá e para cá à medida que curvas aparecem. Você não acerta os cones de construção que surgem na pista, e você não atropela nenhuma mulher e/ou criança que passa.
A câmera da Tesla pode ler placas de trânsito para saber a velocidade máxima da via, mas você pode decidir se quer que o carro vá mais rápido ou mais devagar – basta interagir com o painel.
O Autopilot também consegue estacionar o carro sozinho: segundo o TechCrunch, “ele é rápido e perfeitamente fluido; não parece que um robô está estacionando, e sim um humano realmente talentoso”.
Ainda assim, há algumas limitações. O Autopilot não funciona muito bem sob chuva forte. O carro não freia para semáforos, placas de parada e nem mesmo pedestres. (A Tesla avisa que, em caso de acidente, o motorista é responsável.) Ele também não pode seguir até um destino por conta própria. Novamente, é algo mais útil no meio da estrada.
O recurso de “cruise control” (guiar o carro sozinho) e “lane keeping” (manter o carro na pista) está presente em outros carros, por isso o Autopilot não é uma revolução automobilística – e sim um passo firme rumo a carros autônomos.
Pela escala da NHTSA (órgão federal americano de segurança no trânsito), o Model S é um veículo automatizado “nível 2”: o condutor deve prestar atenção em todos os momentos, e o carro só lida com “pelo menos duas funções de controle primário”. O “nível 3” oferece condução automatizada em partes do trajeto; e o “nível 4” é autônomo o tempo todo – como o carro do Google.
Musk diz que a Tesla terá a tecnologia para carros totalmente autônomos dentro de três anos. No entanto, isso exigirá muito mais hardware do que o Model S atualmente tem.
O Autopilot chegará ao carro futurista Model X, lançado recentemente, e a todo Model S vendido desde outubro de 2014. Isso não é comum entre fabricantes de carro: a maioria exige que você compre um carro novo a cada ano para obter novos recursos de condução assistida.
E a Tesla planeja trazer ainda mais atualizações para o Model S, incluindo a habilidade de chamá-lo para o seu local através do smartphone – isso só seria permitido em locais privados, não em ruas e rodovias, mas pode ser bem interessante.
[Jalopnik – Ars Technica – Road & Track – TechCrunch]