1 em cada 7 adultos já sofreu ameaça de compartilhamento de nudes
Um novo estudo de abrangência global, publicado em maio pela RMIT University, da Austrália, revelou uma realidade preocupante envolvendo o compartilhamento de nudes entre adultos.
Feito em parceria com o Google, o estudo entrevistou 16 mil pessoas de países de cinco continentes e constatou que 14,5% já foram vítimas de extorsão sexual. Ou seja, já sofreram ameaças de terem seus nudes espalhados na internet.
Esse valor corresponde a 2.300 pessoas, enquanto 4,8% dos participantes da pesquisa (totalizando 768 pessoas), admitiram que já ameaçaram compartilhar nudes de terceiros.
Rebecca Umbach, co-autora do estudo, afirma que os dados podem ser ainda maiores e a prática de extorsão sexual entre adultos é “relativamente comum e merece mais atenção e recursos para pesquisas”.
Além disso, o estudo destaca alguns padrões preocupantes. Entre jovens e homens da comunidade LGBTQ+, há mais vítimas e agentes de extorsão sexual. EUA, Austrália e Coreia do Sul são os países que mais possuem vítimas e agressores.
Um fato surpreendente que o estudo revela é que, embora sejam mais prováveis a fazer ameaças, os homens aparecem com maior risco de ter seus nudes vazados do que as mulheres. Segundo Nicola Henry, pesquisadora da RMIT, isso se dá por golpes financeiros de extorsão sexual que tendem a mirar homens mais jovens.
“Os golpistas convencem as pessoas a compartilhar imagens íntimas de si, ou as levam a acreditar que possuem evidência de que a vítima visitou sites pornográficos”, explica Henry. Assim, de acordo com a pesquisadora, os golpistas usam essa evidência para ameaçar vazar nudes caso a vítima não atenda às demandas que exigem.
Compartilhamento é mais comum em relacionamentos íntimos
Segundo o estudo, entre adultos, é mais comum o compartilhamento de nudes por ex-parceiros íntimos (30,3%) ou atuais (17%), usando dessas ameaças para exercer o controle em relacionamentos abusivos. No entanto, a pesquisa revela um fator preocupante em que 85,2% dos agressores reportaram serem vítimas.
Esse ciclo de abuso e retaliação, conforme o estudo, é maior entre mulheres sul-coreanas, com 15,2% reportando experiências tanto de criminosos quanto de vítimas.
Por isso, o estudo enfatiza a necessidade, portanto, de uma abordagem multifacetada para combater a extorsão sexual.