1 em cada 8 adultos acima dos 50 anos tem dependência de junk food, diz pesquisa
Um em cada oito (13%) adultos com 50 anos ou mais nos EUA tem dependência de alimentos processados, categoria conhecida como junk food. Entre os idosos, 44% apresentam pelo menos um sintoma de vício dessas comidas.
Os resultados estão em uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan e mostram similaridade nas taxas entre adultos e crianças. “As estimativas atuais sugerem que 14% dos adultos mais jovens e 12% das crianças estão no limite para o vício em alimentos altamente processados”, disse Ashley Gearhardt, uma das autoras do estudo.
Os sintomas mais comuns da dependência em junk food incluem desejo intenso, incapacidade de reduzir a ingestão mesmo querendo fazê-lo e sinais de abstinência.
Para chegar ao limite do “vício”, a pessoa precisa apresentar pelo menos dois sintomas, além de prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo no último ano. Entre os adultos, as mulheres (18%) são duas vezes mais propensas que os homens (8%) a atender esses critérios.
Idosos que classificaram a saúde mental como “regular” ou “ruim” têm até três vezes mais chances de se viciarem em junk food. Isso também se aplica aos idosos que relataram ser “frequentemente isolados” dos demais (mulheres 51% e homens 26%).
Nos EUA, o vício em junk food já supera a dependência de outras substâncias legais, como tabaco (10%) e álcool (4%). Faz sentido: alimentos processados correspondem a mais da metade de todas as calorias consumidas nos EUA e no Reino Unido.
“A palavra vício pode parecer forte quando se trata de comida, mas a pesquisa mostrou que nossos cérebros respondem tão fortemente a alimentos processados, especialmente aqueles com alto teor de açúcar, amidos simples e gordura, quanto ao tabaco, álcool e outras substâncias”, afirmou Gearhardt.
Feitos para viciar
Desde o início da década de 2000, o volume de calorias de alimentos ultraprocessados consumidos por crianças norte-americanas saltou de 61% para 67%. Não é por acaso. Esses alimentos levam aromatizantes e uma série de conservantes criados unicamente para despertar o máximo de desejo dos consumidores.
“Esses alimentos altamente processados são projetados para fazer você querer mais e mais e anular seus sinais de saciedade”, explicou Gearhardt. “As pistas para eles estão em toda parte, e o ambiente alimentar se configura para tentá-lo constantemente”.
Enquanto viciam, junk foods também abrem o caminho para uma série de doenças. O alto consumo desses alimentos já foi associado ao aumento de risco para obesidade, diabetes tipo 2, câncer, ataques cardíacos e, mais recentemente, com declínio cognitivo.