Pesquisadores da Universidade de Rice, nos EUA, e da Universidade de Kyoto, no Japão, alcançaram a temperatura de -273ºC, a mais baixa já registrada na Terra. O experimento conduzido em laboratório pode ajudar cientistas no desenvolvimento de materiais com propriedades até então pouco exploradas.
Para chegar ao valor, a equipe utilizou técnicas de resfriamento evaporativo e raios laser para resfriar átomos de um elemento químico conhecido como itérbio, um metal terra rara (de difícil extração). Os cientistas chegaram muito próximo do zero absoluto na escala Kelvin, de -273,15ºC. Nessa temperatura, os átomos e partículas param de se mover por completo.
As temperaturas extremamente baixas permitem aos pesquisadores alcançar alguns estados da matéria incomuns. O hélio, por exemplo, perde totalmente sua viscosidade quando resfriado próximo do zero absoluto. Dessa forma, ele se torna um superfluido, capaz de atravessar paredes e escapar de recipientes.
Além da superfluidez, o feito também contribui para estudos envolvendo a supercondutividade. Ela ocorre quando uma substância torna-se capaz de transmitir eletricidade sem opor resistência alguma – fenômeno que pode ter aplicações tecnológicas.
A Terra nunca atingiu naturalmente temperaturas tão baixas. Para ter noção, a menor temperatura registrada por aqui foi de -89,2ºC, na Antártida. No espaço, a história é outra. O termômetro em alguns pontos da Lua pode cair abaixo dos -200ºC, enquanto o local mais frio do Universo, a Nebulosa do Bumerangue, chega ao valor de -272ºC.