50 anos após a 1ª ressonância magnética, cientistas obtêm imagem mais nítida do cérebro
Em 1973, cientistas realizaram a primeira imagem por ressonância magnética da história. Passaram-se 50 anos e agora uma equipe de pesquisadores do Centro para Microscopia In Vivo da Universidade Duke, nos Estados Unidos, foi capaz de alcançar a imagem mais nítida de um cérebro.
O exame realizado possui resolução até 64 milhões de vezes melhor do que as técnicas de ressonância magnética cerebral utilizadas hoje. O estudo completo está disponível na revista científica PNAS.
O cérebro visto na imagem pertence a um camundongo. A análise do órgão do animal ajudará os cientistas a compreender questões que também afetam os humanos, como a mudança do cérebro ao longo da idade, a influência da dieta e até mesmo o surgimento de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.
A imagem não surgiu de uma hora para outra. Na verdade, ela é fruto de quatro décadas de estudo.
A equipe utilizou, por exemplo, um ímã de 9,4 tesla (unidade usada para densidade de fluxo magnético). Em ressonâncias magnéticas clínicas, costuma-se utilizar ímãs de 1,5 a 3 tesla. Também foi aplicado um conjunto especial de bobinas de gradiente 100 vezes mais fortes do que as convencionais e um computador com desempenho equivalente ao de 800 notebooks.
Os cientistas também aplicaram uma técnica conhecida como microscopia de folha de luz. Basicamente, ela permite rotular grupos específicos de células no cérebro, como células emissoras de dopamina, para observar a progressão de doenças como o Parkinson.
O estudo mostrou como a conectividade do cérebro se altera à medida que os camundongos envelhecem, assim como mudanças significativas em regiões específicas. Um conjunto de imagens aponta, inclusive, a notável deterioração das redes neurais em um modelo de camundongo com doença de Alzheimer.