A Rússia tem mais diamantes escondidos em uma cratera de asteroide do que o resto do mundo tem combinado
Se você tivesse mais diamantes que o resto do mundo combinado escondidos em uma cratera de asteroide, você contaria a alguém? A Rússia estava numa boa mantendo esse segredo até agora, mas finalmente revelou seus planos de chegar a uma reserva contendo o valor de trilhões de quilates em diamantes.
É um tesouro de tamanho, sigilo e valor sem precedentes.
Relatada pela primeira vez pelo Christian Science Monitor, a cratera, que fica nos limites superiores da Sibéria, foi criada por um asteroide que caiu na Terra há 35 milhões de anos, criando uma zona de impacto de quase 100 km de diâmetro. Ali, acredita-se que haja diamante suficiente para abastecer o mercado global pelos próximos 3 mil anos. Para contextualizar, a segunda maior reserva da Rússia nas minas Yakutia acredita-se tenha o valor de um bilhão de quilates — diversas ordens de magnitude a menos.
O que torna esses diamantes especialmente valiosos para compradores em potencial é o fato de que eles são diamantes de impacto, ou diamantes formados como resultado de um asteroide ou meteoro que se chocou em um composto de grafite baseado em carbono. De acordo com o IDEX, esses são diamantes que não podem nunca serem usados como joias, mas são extremamente valiosos por suas aplicações industriais. Para começar, os oficiais russos alegam que os recém-revelados diamantes, conhecidos como impactites, são duas vezes mais rígios do que diamantes normais, enquanto outros valorizam esses diamantes por seu tamanho e cortes abrasivos.
Por que revelar o segredo agora, depois de todos esses anos? Quando a descoberta foi feita, há décadas, a Rússia já tinha outras minas de diamantes que forneciam o cobiçado mineral em quantidades abundantes. E como a indústria de diamantes estava fortemente regulada naquela época, havia pouca motivação financeira para anunciar uma descoberta com potencial de influenciar com força o mercado dessas coisas. Mas agora, com a indústria do diamante começando a dar sinais de vida após chegar ao fundo do poço em 2009, e com o crescente uso de diamante em equipamentos de alta tecnologia, a Rússia acha que é uma boa hora de começar a extrair essas valiosas coisinhas (ou pelo menos começar a pensar nisso).
Mas o real efeito ainda levará tempo para ser sentido, de acordo com uma citação dada à publicação russa ITAR-TASS por um especialista da área:
“O Vice-Diretor do Instituto Yakutnipromalmaz, Gennady Nikitin, alerta: ‘Os diamantes de Popigai podem mudar tudo e não está claro o que acontecerá com os preços de mercado.'”
Que impacto isso causará a nós, meros mortais? Provavelmente nada muito drástico. Como essas pedras nunca serão convertidas em joias, o preço daquele anel de noivado que você planeja dar ou receber não será afetado pelo zilhão de diamantes russos. Mas deve haver uma falta global do material no futuro, e nesse momento a Rússia estará em uma posição única de controle de toda a indústria de diamantes industriais. Dado o crescente uso de lasers nas inovações tecnológicas e a busca para atingir a fusão nuclear (os dois dependentes de diamantes industriais), a demanda por essa pedra não diminuirá a curto ou médio prazo. [Imagem via Shutterstock]