O Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), nos EUA, criou um pequeno robô que é capaz de se modificar no melhor estilo “Transformers”. Batizado como M4 (que vem de “Multi-Modal Mobility Morphobot”), o robô consegue se locomover sobre duas rodas, sobre quatro rodas e, até mesmo, voar como um drone.
O projeto, encabeçado pelo professor de aeronáutica e engenharia bioinspirada Mory Gharib, tem potencial para as mais variadas aplicações. Isso inclui desde resgatar pessoas machucadas até a exploração de outros planetas.
“Ao se depararem com ambientes desconhecidos, apenas robôs que têm a capacidade de modificar seus componentes multi-modais, auxiliados pela inteligência artificial, podem se bem sucedidos”, diz Gharib. Veja uma demonstração do M4 no vídeo abaixo:
Além das habilidades de transformação, o M4 conta com um software de inteligência artificial que decide qual meio de locomoção é o mais efetivo para determinado terreno. Além disso, se durante uma exploração ele encontrar um obstáculo pelo caminho, como uma cratera, ele pode ficar sobre duas rodas para ter uma visão mais clara da situação. Ou então, caso precise alcançar um local mais alto, ele pode simplesmente transformar suas rodas em um rotor e sair voando.
Não é o primeiro robô com capacidades múltiplas desenvolvido pela Caltech. Em 2021, o instituto já havia criado o LEONARDO, um robô com pernas que utiliza hélices para se estabilizar. Com isso, ele consegue caminhar por um slackline e até andar de skate, além de voar como se pilotasse um jetpack.
Robô drone foi inspirado na natureza
O que torna o M4 bastante versátil é a capacidade de adaptar rapidamente toda a engenharia de seus componentes internos. Ao ficar de pé, as rodas dianteiras do robô drone se dobram para dentro para facilitar o equilíbrio sobre as rodas traseiras. Por outro lado, ao voar, as quatro rodas se fecham para se transformarem em hélices de drone.
Gharib e sua equipe dizem que o design do robô foi fortemente inspirado em animais. Por exemplo, no modo como leões-marinhos usam suas nadadeiras de maneira diferente quando estão no mar e na terra. Ou na maneira como algumas aves abre suas asas para escalar terrenos íngremes.
Essa capacidade de adaptação é o que faz com que muitas espécies consigam sobreviver mesmo em ambientes inóspitos. Apesar da biologia estudar esse assunto há séculos, apenas recentemente a engenharia passou a enxergar na natureza uma fonte de inspiração para criar máquinas mais versáteis.