Adormecido há 500 anos, supervulcão italiano se aproxima de grande erupção

Cidade vizinha ao vulcão Campi Flegrei subiu quase 4 metros de altura após uma série de tremores elevar o nível da terra. A expectativa é que erupção esteja às portas 
Adormecido há 500 anos, supervulcão italiano se aproxima de grande erupção
Imagem: Reprodução

O vulcão Campi Flegrei, adormecido há séculos no sul da Itália, pode estar perto de uma erupção – a primeira em quase 500 anos. Foi o que revelou uma pesquisa da University College London da Inglaterra e do Instituto Inglês de Pesquisa da Itália para Geofísica e Vulcanologia.

Segundo um artigo publicado em 9 de junho, o vulcão enfraqueceu ao longo do tempo, o que aumenta a propensão ao rompimento. A evidência veio com um modelo de fraturamento que interpreta padrões de terremotos e elevação do solo. 

Nos últimos anos, dezenas de milhares de terremotos aconteceram ao redor do vulcão. A cidade italiana de Pozzuoli, por exemplo, que fica no topo de Campi Flegrei, subiu quase 4 metros de altura após uma série de tremores elevar o nível da terra. 

Tudo isso aponta que partes do vulcão estão “quase ao ponto de erupção” e o solo parece estar se “rompendo” — o que é um claro sinal de atividade vulcânica.  

A última vez que Campi Flegrei entrou em erupção foi em 1538. Ainda assim, o vulcão está “inquieto” há décadas, com picos de agitação nas décadas de 1950, 1970 e 1980. Nos últimos 10 anos, o local permaneceu mais estável, mas pelo menos 600 terremotos foram registrados na região só em abril, segundo os pesquisadores. 

O que causa esses terremotos é o movimento de fluidos abaixo da superfície. Mas os cientistas ainda não sabem especificar se o responsável pelo fluxo é rocha derretida, magma ou gás vulcânico, por exemplo.

Supervulcão 

Os cientistas costumam se referir a Campi Flegrei – que significa “campos em chamas”, em italiano – como um “supervulcão”. Isso porque a montanha pode produzir erupções até a categoria 8, o nível mais alto no Índice de Explosividade de Vulcão. 

Até hoje, porém, a maior erupção que se tem conhecimento de Campi Flegrei atingiu a categoria 7 – que ainda é uma explosão enorme e desastrosa, mas não tão violenta quanto um nível acima.

No estudo, os pesquisadores deixam claro que a movimentação subterrânea e os anos de estabilidade não garantem que realmente haverá erupção. Isso porque essa é a primeira vez que o modelo foi aplicado em um vulcão em tempo real. 

A questão é que, desde o primeiro uso do modelo, em 2017, a “régua” tem acertado as previsões. Por isso, o próximo passo do estudo é expandir o uso do modelo para observar outros vulcões que despertaram após longos períodos em inatividade. 

Dessa forma, deve ser mais fácil estabelecer critérios que demonstrem a probabilidade correta de erupção vulcânica no futuro.

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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