Além do Hubble: NASA quer prolongar vida de outros telescópios espaciais

Startups se ofereceram para fazer manutenção de antigos telescópios da NASA, como Hubble, Spitzer e Chandra
Além do Hubble: NASA quer prolongar vida de outros telescópios espaciais
Imagem: NASA/Reprodução

Apesar do sucesso e tecnologia do James Webb, a NASA não tem planos de abandonar tão cedo os seus telescópios espaciais mais antigos. Equipamentos como o Hubble, com 33 anos de idade, deve ter sua missão estendida, enquanto técnicos trabalham para ressuscitar agentes especiais do passado, como Spitzer e Chandra. 

No caso específico do Hubble, a proposta para prolongar as operações do telescópio veio de duas startups espaciais, Momentus e Astroscale. As empresas se ofereceram para subir até o equipamento uma espécie de “rebocador espacial”. A ideia é “empurrá-lo” por 50 km para elevar a sua altitude — evitando que o telescópio caia na Terra –, além de desviá-lo de detritos espaciais que ameaçam sua órbita. Tudo isso de forma automatizada, sem humanos e com ajuda de robôs. 

“Mesmo aos 33 anos, o Hubble é totalmente capaz de continuar sua missão”, disseram as empresas em comunicado. “Onde [o telescópio] está envelhecendo é em sua estabilidade orbital. Estamos emocionados por oferecer à NASA uma maneira muito econômica de continuar a operar esse investimento científico de bilhões de dólares”.

A NASA já havia anunciado em setembro que estudava a possibilidade de enviar uma cápsula Dragon, da SpaceX, ao Hubble. O objetivo: aumentar a órbita do telescópio e fazer uma manutenção de rotina no equipamento.  

Ressuscitando o Spitzer 

Além do Hubble: NASA quer prolongar vida de outros telescópios espaciais

Telescópio espacial Spitzer, desativado pela NASA em 2020, após 17 anos vasculhando o espaço. Imagem: NASA/Reprodução

Enquanto isso, um estudo inicial da Força Espacial dos EUA busca ressuscitar o telescópio espacial Spitzer, desligado em 2020, após 17 anos em busca de assinaturas de calor no Universo. 

O órgão norte-americano pagou US$ 250 mil para que a startup Rhea Space Activity explorasse a ideia. “Essa seria a missão robótica mais complexa já realizada pela humanidade”, disse o astrofísico Shawn Usman, CEO da empresa, em 10 de maio. 

Não é por acaso. O telescópio Spitzer está a duas unidades astronômicas (distância entre o Sol e a Terra) do nosso planeta. Chegar até lá significaria fazer um trabalho mais complexo do que as cinco missões de manutenção do Hubble, entre os anos de 1993 e 2009. 

A versão atual do estudo prevê que a missão “Spitzer Resurrector” começará em 2026. Ela viajará em direção ao telescópio para reiniciar o equipamento e confirmar que suas capacidades e desempenho originais foram restabelecidas. 

Atualizando o Observatório de Raio-X Chandra

Além do Hubble: NASA quer prolongar vida de outros telescópios espaciais

Renderização do telescópio espacial Chandra no espaço, na comemoração de 20 anos do seu lançamento. Imagem: NASA/Reprodução

Por sua vez, o Observatório de Raio-X Chandra pode receber sua primeira manutenção enquanto ele ainda está em pleno funcionamento no espaço. Lançado na órbita da Terra em 1999, o telescópio desenvolvido para estudar eventos de alta energia enfrentou algumas falhas nos últimos anos, mas continua ativo – e o objetivo é mantê-lo assim por bastante tempo. 

A proposta de manutenção é da Northrop Grumman, multinacional norte-americana que atua na indústria aeroespacial e defesa, e que ajudou na fabricação do equipamento. À NASA, a empresa sugeriu enviar um rebocador espacial construído especificamente para o telescópio. O objetivo: estender a missão por décadas. 

Dessa forma, Chandra poderia continuar examinando o universo em comprimentos de onda de raio-x e também trabalhar com o James Webb. A multinacional também propôs que se certificará de que os instrumentos do telescópio estão funcionando corretamente. 

Isso é especialmente importante nas observações de raios-x porque o observatório registra comprimentos de onda extremamente curtos, de 0,01 a 10 nanômetros. Se os instrumentos estiverem perfeitamente sintonizados, a margem de erro será ainda menor. 

Mas é importante lembrar: todas as alternativas listadas aqui não passam de planos e estudos iniciais da NASA. Ainda não há confirmação de missões específicas para cada um desses telescópios.

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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