Wi-Fi 6: a aposta da Aliança Wi-Fi para que o padrão tenha relevância mesmo quando o 5G chegar

Temos boas notícias para quem adora baixar as coisas rapidamente — todos nós, no caso. Uma nova versão do Wi-Fi está chegando. O Wi-Fi 6 será melhor que o Wi-Fi atual em todos os aspectos, e o órgão por trás dele acabou de publicar um artigo exaltando suas virtudes, enfatizando que, sim, ainda vamos precisar […]
Misha Feshchak/Unsplash

Temos boas notícias para quem adora baixar as coisas rapidamente — todos nós, no caso. Uma nova versão do Wi-Fi está chegando. O Wi-Fi 6 será melhor que o Wi-Fi atual em todos os aspectos, e o órgão por trás dele acabou de publicar um artigo exaltando suas virtudes, enfatizando que, sim, ainda vamos precisar de boas e velhas conexões de internet Wi-Fi mesmo depois que o 5G chegar.

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O nome dos padrões de rede sem fio vai ficar mais simples a partir do ano que vem

Assim como o 5G, há duas melhorias principais que vêm com o Wi-Fi 6: velocidades mais rápidas (para que seus downloads sejam mais rápidos) e maior largura de banda (para que mais dispositivos possam ficar online ao mesmo tempo). Mas o 5G não vai acabar com a necessidade do Wi-Fi? A sua chegada não fará com que nossos roteadores em casa acumulem poeira num cantinho? Bem, não exatamente.

Embora a Aliança Wi-Fi tenha um interesse pessoal na tecnologia, já que toda a sua existência está baseada em torno dela, o artigo “Futuro da Conectividade” (em inglês) que ela publicou traz alguns pontos válidos sobre Wi-Fi 6, 5G e como todos esses padrões sem fio vão coexistir em harmonia em 2019 e além.

Para uma visão mais detalhada do Wi-Fi 6 em particular, recomendamos este guia completo — aqui, veremos como ele se compara com o 5G.

O Wi-Fi já está por toda parte

Foto: Bernard Hermant (Unsplash)

Tudo se conecta ao Wi-Fi… Bom, quase tudo. Ele é um dos protocolos mais onipresentes e padronizados no mundo da tecnologia. Você não precisa verificar se o seu telefone está usando o mesmo Wi-Fi que o café local, a casa do seu vizinho ou o bar no exterior que você frequenta nas férias — ele simplesmente funciona.

De acordo com a Aliança Wi-Fi, mais da metade dos dados do mundo é transportada por Wi-Fi; na Alemanha, por exemplo, 87% dos dados de smartphones são transferidos via Wi-Fi.

Com o Wi-Fi 6 (ou 802.11ax) chegando, upgrades tanto para os dispositivos quanto para os roteadores serão necessários, mas tudo será retrocompatível — seu telefone antigo ainda vai se conectar a um roteador Wi-Fi 6, e seu smartphone com Wi-FI 6 ainda vai se conectar ao seu roteador antigo, você só não vai ter as velocidades mais rápidas ou as outras vantagens.

Neste sentido, é como o 5G: será necessário um novo kit para obter o melhor desempenho, mas o kit antigo ainda funcionará como sempre funcionou. Comprar um telefone com capacidades 5G ou Wi-Fi 6 não vai impedi-lo de entrar em redes 4G ou Wi-Fi 5.

Onde o Wi-Fi pode ter vantagem é na facilidade de implementação, como a Aliança Wi-Fi é avida em apontar no seu novo artigo: indivíduos, empresas e estabelecimentos podem atualizar sua rede Wi-Fi por conta própria, a um custo não exorbitante, sem esperar por grandes mudanças na infraestrutura de back-end, supondo que haja uma velocidade de banda larga rápida o suficiente. Dependendo de onde você mora, você pode ser capaz de atualizar para o Wi-Fi 6 em casa antes mesmo que as operadoras tenham pensado em lhe oferecer o 5G.

O outro lado é que você pode se conectar a torres de celular em quase todos os lugares. Mesmo com a crescente expansão das redes públicas de Wi-Fi, você não consegue se conectar à rede Wi-Fi tão frequentemente quanto com sua rede de telefonia celular.

Mais dispositivos: casas inteligentes e carros conectados

Imagem: Waymo

Uma das maneiras como nos prometem que o 5G irá mudar o futuro conectado é mantendo mais dispositivos online em mais lugares durante mais tempo — pense na câmera de segurança em sua sala de estar ou no carro autônomo que percorrerá sua cidade mais próxima.

O Wi-Fi também tem uma resposta para isso, com o Wi-Fi 6 e uma tecnologia associada chamada Wi-Fi HaLow (ou, mais tecnicamente, 802.11ah). Funcionando em bandas de frequência abaixo de 1 GHz (ao contrário dos 2,4 GHz e 5 GHz do seu roteador principal), o Wi-Fi HaLow troca a velocidade por alcance e consumo de energia — é perfeito para todos os dispositivos de casa inteligente que precisam de um pouco de conectividade ocasional, mas que não têm de estar sempre transmitindo dados.

Como ele não exige muita bateria de um dispositivo, ele também pode funcionar com dispositivos vestíveis e sensores remotos em casa. O novo artigo da Aliança Wi-Fi está empenhado em empurrar o Wi-Fi HaLow como uma alternativa ao 5G em algumas situações: “O Wi-Fi HaLow permite uma série de novos casos de utilização com baixo consumo de energia em casas inteligentes, carros conectados e cuidados de saúde digitais, assim como em ambientes industriais, de varejo, agrícolas e urbanos inteligentes”, afirma.

Velocidades altíssimas para 4K e realidades aumentada e virtual

Imagem: Netflix

O 5G promete velocidades super-rápidas — de até 10 Gbps —, mas o Wi-Fi pretende manter o ritmo aqui também, por meio de uma tecnologia conhecida como WiGig. A próxima atualização do WiGig, tecnicamente conhecida como 60 GHz ou 802.11ay, vai igualar essas velocidades e, assim como o Wi-Fi HaLow, pode ser uma opção melhor do que o 5G em alguns casos.

A contrapartida é que o alcance será muito mais curto do que o Wi-Fi 6 padrão: você vai precisar de uma conexão com fio na sala em que for usá-lo, basicamente. Mas, com isso resolvido, ele deverá ter baixos níveis de latência no streaming de vídeos em 4K e em experiências de realidade aumentada e realidade virtual, entre outras.

Esse é o tipo de melhoria em que você pode investir para sua sala de cinema em casa, ou que um local de eventos pode configurar para garantir que todos possam estar online ao mesmo tempo. Não vai permitir que você fique muito longe de uma sala específica, mas ao menos você terá excelentes velocidades de conexão quando estiver conectado.

Wi-Fi 6 x 5G

Imagem: Huawei

Quando se trata de Wi-Fi 6 x 5G, não é realmente uma situação de ter que escolher um dos dois — ambos provavelmente acabarão sendo amplamente usados nos próximos anos. Como é o caso agora, a tecnologia celular provavelmente continuará sendo usada mais frequentemente ao ar livre em larga escala, enquanto o Wi-Fi provavelmente ainda será mais usado em ambientes fechados.

Toda essa história ainda está para ser escrita. O hype tanto para o Wi-Fi 6 quanto para o 5G está grande. Os padrões estão em vigor, mas operadoras e fabricantes ainda precisam trabalhar no processo de atualização de hardware — e, embora esse processo deva ser mais fácil do que foi para tecnologias desse tipo anteriormente, ainda é muito cedo para dizer exatamente como isso vai funcionar.

Isso também se estende para o 5G funcionando com o Wi-Fi e vice-versa. Ainda que alguns esforços tenham sido feitos para integrar os padrões Wi-Fi atuais com 3G/4G, esse tem sido um processo lento, e é improvável que seja uma prioridade para a indústria enquanto a tecnologia da próxima geração é lançada.

Uma vantagem final que a Aliança Wi-Fi está empenhada em promover no Wi-Fi 6 é a forma como ele pode aproveitar o espectro não licenciado — aquelas frequências de ondas de rádio que atualmente não possuem um propósito específico ou que não exigem aprovação regulatória para operar.

A necessidade de as operadoras de 5G se candidatarem, pagar e registrar partes do espectro também dá ao Wi-Fi uma vantagem em todo o mundo, onde qualquer pessoa (com uma conexão de banda larga) pode configurar sua própria rede Wi-Fi para qualquer propósito e usando qualquer tecnologia que quiser.

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