Amazon quer lançar constelação de satélites pelo mundo para fornecer acesso à internet
Quando as corporações se tornam um monopólio, elas tendem a perseguir um território familiar e condenado. As comunidades planejadas das Disneys e Fords da vida estão em grande parte fora de moda agora, mas, para os gigantes da tecnologia, a obsessão está sempre acima, na forma de uma iniciativa grandiosa de uma internet universal. É surpreendente que a Amazon, em todo o seu esplendor, não tenha entrado mais cedo nisso.
O Projeto Kuiper — batizado em homenagem a um cinturão de pequenos objetos que circundam o Sistema Solar — é um plano ambicioso para enviar satélites, cerca de 3.200 deles, para a órbita baixa da Terra em uma variedade de altitudes, a fim de fornecer conexões de internet a cerca de 95% do planeta. O projeto foi descoberto pela primeira vez pelo Geekwire mais cedo nesta quinta-feira (4), e a empresa mais tarde confirmou a existência do plano.
Não há informação alguma de prazo para o Kuiper, exceto pelo fato de a empresa se referir a ele como um “projeto a longo prazo”.
A SpaceX já recebeu aprovação regulatória para cerca de 12 mil satélites destinados ao seu projeto semelhante, o Starlink (nenhum está atualmente em órbita). Dois anos atrás, a OneWeb recebeu o sinal verde da Comissão Federal de Comunicações dos EUA (órgão com atribuições equivalentes às da Anatel no Brasil) para 720 satélites, dos quais seis foram lançados. No ano passado, o Facebook confirmou a existência do Projeto Athena, seu próprio plano de enviar satélites de internet em órbita na primeira metade de 2019 — o que, como você pode notar, é agora.
O Projeto Loon, do Google — o audacioso plano para fornecer internet LTE para regiões remotas por meio de uma rede de balões de ar quente —, resultou em inúmeros acidentes e em um processo sério de infração de patentes. Suas alegações de lançamento no Quênia até 2019 parecem ter sido extremamente exageradas.
Será que um dia teremos internet espacial? Provavelmente. E, com toda a probabilidade, ela será lenta, com bugs e — como o infeliz estrangulamento da disponibilidade de internet pelo Facebook nas Filipinas — consolidará ainda mais os monopólios das empresas que a fornecerão. Isso poderá criar uma série de novas consequências negativas com as quais ninguém está preparado para lidar.
A empolgação intrínseca da exploração espacial está sendo usada para possibilitar uma apropriação de poder óbvia por empresas criadas em cima de uma expansão irrealista para entrar em mercados com seus próprios fins distantes de serem altruístas. Se você quer se entusiasmar com infraestrutura, vá dizer à sua prefeitura para colocar mais trens nas linhas.