Um estudo liderado pela NASA revelou que, se as temperaturas globais continuarem subindo e atingirem 2º C acima dos níveis pré-industriais, o mundo poderá enfrentar vários impactos das mudanças climáticas simultaneamente – incluindo maiores riscos de incêndios florestais na Amazônia.
Segundo a pesquisa, a combinação de altas temperaturas e seca também pode aumentar os incêndios em outras áreas, como no oeste dos EUA. Além disso, eles podem se tornar mais intensos e duradouros.
Os pesquisadores também descobriram que mais de um quarto da população mundial pode experimentar um mês adicional de estresse térmico severo a cada ano em comparação com meados do século 20.
As previsões foram geradas por 35 dos principais modelos climáticos do mundo, incluindo o CMIP (Projeto de Intercomparação de Modelos Acoplados). Os estudiosos analisaram as projeções para avaliar as mudanças previstas para seis principais variáveis do clima.
Eles examinaram mudanças na temperatura do ar, precipitação, umidade relativa, radiação solar de ondas curtas e longas, bem como velocidade do vento em um ponto em que o aquecimento passa de 2° C. E, sobretudo, o estresse térmico (efeitos combinados de temperatura e umidade no corpo humano) e o tempo de incêndio (temperatura, chuva, umidade e vento).
Clima em estresse
Eles descobriram que maioria das regiões do mundo vai experimentar maior estresse térmico. Os países mais próximos da Linha do Equador — o que inclui o Brasil e a região da Amazônia –, aliás, sofrerão com mais dias extremos. “Os impactos crescentes de todos os extremos climáticos estudados podem causar danos significativos às comunidades e economias, devido a incêndios, inundações, deslizamentos de terra e quebras de safras”, disse o coautor do estudo Ramakrishna Nemani.
A expectativa é que as projeções climáticas possam ajudar a preparar e proteger as regiões contra os impactos. Por exemplo, construindo mais barreiras contra inundações. Outra alternativa é buscar menos desenvolvimento em áreas propensas a inundações, explicou coautor do artigo e principal cientista do NASA Earth Exchange (NEX), Ian Brosnan.
“Queríamos estudar como esses aspectos do meio ambiente são projetados para mudar e o que seus impactos combinados podem significar para as pessoas em todo o mundo”, concluiu o primeiro autor do artigo, Taejin Park.
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